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Inflação dos alimentos pressiona e Trump elimina tarifa de 40% sobre carne, café e outros itens do Brasil

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Washington (20.nov.2025) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou nesta quinta-feira (20) a tarifa adicional de 40% que incidia sobre carne bovina, café e demais produtos agrícolas provenientes do Brasil.

A decisão ocorre seis dias depois de o governo norte-americano ter cancelado, para todos os parceiros comerciais, uma sobretaxa recíproca de 10% aplicada desde abril a determinados itens agrícolas – alíquota que também afetava exportadores brasileiros.

Medidas adotadas em dois decretos

O encargo de 40% havia sido instituído em julho, em decreto que acusava políticas recentes do governo brasileiro de ameaçar a segurança nacional, a política externa e a economia dos EUA. Na ocasião, Trump citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No texto publicado hoje, o mandatário lembrou telefonema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 6 de outubro e um encontro posterior entre ambos na Malásia, afirmando que “negociações estão em andamento”.

Inflação doméstica pesa na decisão

Analistas apontam, contudo, que a escalada dos preços dos alimentos foi determinante para a retirada das barreiras. Em rede social, Brian Winter, editor da revista Americas Quarterly, destacou que o custo dos bifes subiu 17% em 12 meses, observando que “a inflação certamente teve papel importante”.

Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, citados pelo The Wall Street Journal, mostram aumentos médios de 40% no café, 11,5% na carne moída e 8,6% na banana no período de 12 meses encerrado em setembro, superando a inflação geral de cerca de 3%.

“Os preços do café seguem muito acima da média histórica. Além das tarifas, problemas na cadeia de suprimentos, seca e condições climáticas adversas no Brasil e no Sudeste Asiático reduziram estoques”, explicou Jacob Aiken-Phillips, vice-presidente de pesquisa de consumo do Melius Research, à rede ABC.

Especialistas alertam que, isoladamente, a suspensão das tarifas não garante retorno imediato dos valores aos níveis de um ano atrás, já que outros fatores continuam pressionando custos para varejistas.

Com informações de Gazeta do Povo