Copenhague, 25 set. 2025 – Movimentos não autorizados de drones obrigaram autoridades dinamarquesas a suspender parte das operações aéreas entre a noite de quarta-feira (24) e a madrugada desta quinta-feira (25). O aeroporto de Aalborg, no norte do país, chegou a ter o espaço aéreo fechado, enquanto terminais em Esbjerg, Sønderborg e a base aérea de Skrydstrup também registraram sobrevoos.
De acordo com a polícia, o primeiro aparelho foi avistado às 21h44 (hora local) nas proximidades de Aalborg. O último registro ocorreu às 0h54 já desta quinta-feira. Dois voos precisaram ser desviados para outros aeroportos após a interdição do espaço aéreo de Aalborg.
O inspetor-chefe Jesper Bøjgaard Madsen, da polícia da Jutlândia do Norte, informou que as equipes de segurança não conseguiram neutralizar os drones, que percorreram “uma área muito ampla durante algumas horas”. Os operadores permanecem desconhecidos, e as investigações contam com apoio das Forças Armadas.
Na Jutlândia do Sul e Sudoeste, a polícia recebeu múltiplos relatos de drones em Esbjerg, Sønderborg e Skrydstrup pouco antes das 22h. Embora os aparelhos tenham sido vistos com luzes visíveis do solo, esses aeroportos não foram fechados porque não havia voos programados até o início da manhã.
“Ator profissional” é principal linha de investigação
O ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, declarou em entrevista coletiva que o padrão de atuação indica um “ator profissional” e caracterizou o episódio como um ataque híbrido com diferentes tipos de drones lançados simultaneamente. Segundo ele, não existe ameaça militar direta à Dinamarca, mas a ação pode ter o objetivo de “reduzir o apoio à Ucrânia”.
O ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, afirmou que o governo trabalha na aquisição de novos sistemas para detectar e neutralizar drones, ressaltando que os incidentes são tratados com “máxima seriedade”.
Segundo incidente em menos de três dias
Esta é a segunda ocorrência semelhante na semana. Entre a noite de 22 e a madrugada de 23 de setembro, drones já haviam provocado o fechamento temporário dos aeroportos de Kastrup (Copenhague) e Gardermoen (Oslo), na Noruega.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou as incursões como um “ataque grave” à infraestrutura nacional. Já o inspetor Jens Jespersen, da polícia de Copenhague, disse que o modo de operação e o tempo de permanência sobre os alvos sugerem a participação de “um agente capacitado”.
No dia 23, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou qualquer ligação da Rússia com os episódios, chamando de “infundadas” as suspeitas apontadas por autoridades europeias.
As investigações continuam sem prazo anunciado para conclusão.
Com informações de Gazeta do Povo