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Inauguração em dias distintos de ponte Brasil-Paraguai gera crítica de Santiago Peña a Lula

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Brasília / Assunção — A entrega oficial da Ponte da Integração Jaime Lerner, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco, no Paraguai, expôs divergências de agenda entre os dois governos. O presidente paraguaio, Santiago Peña, lamentou neste sábado (20) a falta de coordenação que o impediu de participar, junto com Luiz Inácio Lula da Silva, de um único ato de inauguração.

A estrutura binacional foi aberta em duas cerimônias. Na sexta-feira (19), Lula inaugurou sozinho o lado brasileiro. Peña, que participou da cúpula do Mercosul no mesmo dia, esteve apenas no evento organizado em território paraguaio no sábado. Durante discurso no encontro do bloco sul-americano, o líder paraguaio comentou que o descompasso “deixou um sabor amargo” e sugeriu trocar telefones diretamente com Lula para evitar repetições.

Segundo Peña, o impasse poderia ter sido resolvido pelas chancelarias de ambos os países. Em resposta, Lula atribuiu a situação à burocracia, arrancando risos na plateia da cúpula transmitida pelo governo paraguaio.

Próxima ponte em pauta

Peña citou a futura inauguração da ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (Chaco) como oportunidade para melhorar a coordenação bilateral. A travessia integra corredor logístico que ligará o Centro-Oeste brasileiro aos portos chilenos, passando pelo norte da Argentina.

Obra de R$ 2 bilhões liberada de forma gradual

Concluída em 2022, a Ponte da Integração recebeu cerca de R$ 2 bilhões em investimentos de Brasil, Paraguai e Itaipu Binacional, mas ficou sem operação até a instalação de aduanas e acessos. O tráfego será aberto por etapas: a partir da noite de sábado (20), caminhões vazios podem cruzar entre 22h e 5h; em 18 de janeiro, ônibus de turismo fretados terão permissão das 19h às 7h. Ainda não há data para liberação de automóveis e motocicletas.

Falha de energia no lado brasileiro

O ato de sexta-feira foi interrompido por falha em um gerador que alimentava o palco, cortando o microfone de Lula. O presidente desceu para cumprimentar o público e, no dia seguinte, brincou: “Ontem faltou energia no meu discurso, espero que não falte energia no discurso hoje”.

Durante a inauguração, Lula afirmou que manteve o cronograma para evitar novo adiamento da entrega. Ele disse que Peña precisou permanecer em Assunção por problema familiar enquanto ele próprio tinha compromissos em Brasília, razão pela qual cada um inaugurou seu lado da ponte.

Com informações de Gazeta do Povo