Veículos de comunicação de vários países voltaram suas atenções para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, marcado para começar no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 2 de setembro de 2025.
A cobertura destaca não apenas as acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, mas também as reações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O governo norte-americano decidiu aplicar tarifa de 50% sobre diversos produtos brasileiros, revogar vistos de ministros do STF e impor sanções econômicas ao relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, utilizando a Lei Magnitsky.
Repercussão em agências e jornais
A agência Reuters ressaltou que o caso ganhou projeção mundial depois que Trump classificou o processo como “caça às bruxas” contra um aliado seu e anunciou medidas punitivas contra o Brasil.
O francês Le Monde mencionou que o julgamento aprofundou a divisão entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Trump, enfatizando as sanções impostas ao STF.
Nos Estados Unidos, o The New York Times publicou reportagem no domingo, 31 de agosto, relatando vigília de apoiadores diante da residência de Bolsonaro em Brasília. Uma das manifestantes, a aposentada Ana Vasconcelos, 63 anos, declarou acreditar em um “milagre” que viria dos Estados Unidos para proteger o ex-mandatário.
O Washington Post, por sua vez, lembrou que o tema foi capa da revista The Economist na semana anterior e apontou que o Brasil “confronta Trump e seu passado autoritário” ao levar um ex-presidente a julgamento por supostamente subverter a vontade popular — algo inédito no país.
Imagem: André Borges
Reações na América do Sul
Na Argentina, o La Nacion destacou a promessa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que declarou no fim de semana que concederá indulto a Bolsonaro caso seja eleito presidente em 2026. Segundo o jornal, Freitas avalia que qualquer futuro governante de centro-direita adotaria a mesma medida “para pacificar o país”.
O julgamento, considerado histórico por analistas estrangeiros, começa às 14h desta terça-feira no plenário do STF, em Brasília, com a expectativa de novas reações tanto internas quanto externas.
Com informações de Gazeta do Povo