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Governo Trump diz não ter amparo jurídico para ofensiva terrestre na Venezuela, revelam congressistas

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Integrantes do governo de Donald Trump informaram a parlamentares, em reunião a portas fechadas, que a administração republicana ainda não dispõe de base legal para realizar ataques dentro da Venezuela ou contra outros alvos em território firme ligados ao narcotráfico.

O encontro ocorreu na quarta-feira (5) no Capitólio e reuniu o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário de Guerra, Pete Hegseth, e um representante do Gabinete de Assessoria Jurídica da Casa Branca. As informações foram divulgadas pela CNN nesta quinta-feira (6).

Segundo fontes ouvidas pela emissora, os enviados do Executivo explicaram que o parecer emitido pelo Departamento de Justiça — o documento que embasa os 16 ataques contra embarcações realizados desde o início de setembro em águas internacionais do Caribe, próximo à Venezuela, e do Pacífico, perto da Colômbia — não autoriza incursões terrestres.

As operações navais, que deixaram ao menos 67 mortos, foram justificadas pela Casa Branca como parte do esforço para impedir que drogas cheguem aos Estados Unidos. Contudo, o mesmo parecer não prevê, por enquanto, a ampliação da ofensiva para alvos em solo, embora autoridades não descartem a possibilidade no futuro.

A posição transmitida aos congressistas contrasta com declarações de Donald Trump feitas em outubro, quando o presidente disse que “em breve” as forças americanas atuariam em terra contra cartéis latino-americanos.

Reações no Congresso

Após a reunião, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, afirmou que as explicações foram insuficientes e solicitou um novo encontro, desta vez com todos os senadores, para detalhar a operação. “O que ouvimos não é suficiente. Precisamos de muito mais respostas”, disse.

Já o republicano Jim Risch, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, declarou estar satisfeito com os esclarecimentos. “Eles têm uma boa justificativa legal para o que estão fazendo [os ataques em águas internacionais]. O presidente merece ser parabenizado por salvar a vida de jovens americanos”, afirmou.

Questionamentos internacionais

A legalidade dos ataques contra embarcações no Caribe e no Pacífico é contestada pela ONU e por organizações como a Human Rights Watch (HRW), que pedem mais transparência sobre as bases jurídicas da operação.

Até o momento, não há previsão oficial para que o governo Trump apresente ao Congresso ou à comunidade internacional um novo parecer que autorize possíveis ações em território venezuelano.

Com informações de Gazeta do Povo