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Governo argentino acusa operação estrangeira de vazar áudios de Karina Milei para influenciar eleições

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O governo da Argentina apresentou nesta segunda-feira (1º) uma denúncia à Justiça Federal contra o que classificou como uma operação de inteligência estrangeira ilegal destinada a “desinformar e desestabilizar” o processo eleitoral antes das eleições legislativas marcadas para ocorrer entre setembro e outubro. A acusação foi protocolada pelo Ministério da Segurança e divulgada pela Assessoria de Imprensa da Presidência.

Em comunicado, a Casa Rosada afirmou que a ação segue “padrões semelhantes aos atribuídos a interesses russos e chavistas”. Segundo o texto, a estratégia envolveria o vazamento escalonado de gravações para associar, de forma artificiosa, a secretária-geral da Presidência, Karina Milei, a um caso de corrupção na Agência Nacional de Deficiência (Andis).

Áudios divulgados na sexta-feira

A denúncia ganhou força após a divulgação, na sexta-feira (29), de cerca de 50 minutos de áudios atribuídos a Karina Milei. O material foi publicado pelo jornalista Mauro Federico no canal de streaming Carnaval. Embora os trechos mais recentes não mencionem diretamente a Andis, eles expõem disputas internas da coalizão governista A Liberdade Avança.

Vazamentos anteriores incluíram declarações de um servidor da agência que descrevia um suposto esquema de propinas envolvendo Karina. Para o governo, a liberação gradual das gravações procura “condicionar ilegitimamente” o cenário eleitoral.

Decisão judicial e buscas

Após o pedido da Presidência, a Justiça determinou, em medida cautelar, a suspensão da divulgação de áudios captados dentro da Casa de Governo. Além disso, o Ministério da Segurança solicitou mandados de busca e apreensão na residência de Mauro Federico, na casa do apresentador Jorge Rial e na sede do Carnaval.

A denúncia também cita o tesoureiro da Associação do Futebol Argentino (AFA), Pablo Toviggino, supostamente ligado à plataforma de streaming, e pede investigações sobre o empresário de mídia Franco Bindi, descrito como advogado com vínculos com “agentes inorgânicos de inteligência”.

Reação de deputada dissidente

Marcela Pagano, deputada eleita pela legenda de Javier Milei e que hoje integra um bloco dissidente, foi mencionada no documento como alguém que “conspira para enfraquecer” o governo. Em entrevistas à imprensa local, Pagano negou envolvimento no vazamento e responsabilizou o chefe de Gabinete, Guillermo Francos, por conduzir uma “guerra de espionagem” interna.

O caso segue em análise pela Justiça Federal, que deverá decidir sobre novos pedidos de investigação e eventuais medidas cautelares.

Com informações de Gazeta do Povo