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Google reconhece pressão da Casa Branca de Biden e promete reativar canais excluídos do YouTube

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Washington (EUA) – O Google informou, em carta enviada nesta terça-feira (23) ao Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos, que recebeu “investidas repetidas e intensas” de integrantes do governo do então presidente Joe Biden para retirar do YouTube vídeos sobre a pandemia de Covid-19 e as eleições americanas que não violavam as próprias diretrizes da plataforma.

No mesmo documento, a empresa anunciou um programa para restaurar contas permanentemente banidas por conteúdos políticos enquadrados nas políticas de Covid-19 e de integridade eleitoral que já foram revogadas. “Todos os criadores terão a oportunidade de retornar”, afirmou o texto assinado pelo Google, controlador do YouTube.

Pressão considerada “inaceitável”

De acordo com a carta, altos funcionários da Casa Branca pressionaram a Alphabet – empresa-mãe do Google – a remover publicações de usuários. A conduta foi classificada pela companhia como “inaceitável e errada” em resposta ao comitê presidido pelo deputado republicano Jim Jordan, de Ohio.

A política de reativação pode beneficiar figuras conservadoras bloqueadas nos últimos anos, entre elas o ex-estrategista de Donald Trump, Steve Bannon, cuja conta foi retirada por suposta desinformação sobre eleições e pandemia. Em publicação na rede X (antigo Twitter), o perfil oficial Updates From YouTube confirmou que a medida começará como projeto-piloto para um grupo limitado de criadores.

Investigações no Congresso e alertas sobre a Europa

O reconhecimento do Google ocorre após várias investigações republicanas a respeito de práticas de moderação em grandes plataformas. E-mails revelados pelo mesmo comitê já apontavam pressão do governo Biden sobre outras gigantes de tecnologia em temas como Covid-19, eleições de 2020 e o caso Hunter Biden. Meta (Facebook, Instagram e WhatsApp) e X também relataram interferência semelhante.

No documento, o Google ainda advertiu parlamentares sobre possíveis impactos de legislações europeias – Digital Services Act e Digital Markets Act – que, segundo a empresa, impõem ônus regulatório “desproporcional” às companhias norte-americanas e podem afetar até conteúdos lícitos produzidos por cidadãos dos Estados Unidos.

O projeto de restauração de contas do YouTube não teve data detalhada para início amplo, mas a plataforma prometeu divulgar orientações adicionais “em breve”.

Com informações de Gazeta do Povo