Brasília – A defesa de Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, enviou petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir o cumprimento de qualquer mandado de prisão internacional ou pedido de extradição apresentado pelo governo peruano. O documento foi protocolado junto ao ministro Dias Toffoli, relator dos processos que anularam provas da Odebrecht na Operação Lava Jato.
Heredia recebeu asilo diplomático do governo brasileiro em abril deste ano e vive no país desde então. Ela foi condenada no Peru a 15 anos de prisão, ao lado do marido e ex-presidente Ollanta Humala, por corrupção e lavagem de dinheiro ligados ao recebimento de recursos da Odebrecht e do governo de Hugo Chávez para financiar as campanhas presidenciais de 2006 e 2011.
Na petição, os advogados sustentam que a sentença peruana se apoia em provas declaradas ilícitas pelo próprio STF — especificamente dados extraídos dos sistemas Drousys e MyWebDay, utilizados pela empreiteira para registrar pagamentos irregulares. Segundo a defesa, qualquer forma de cooperação jurídica do Brasil, como extradição, prisão ou transferência de pena, configuraria colaboração com um processo baseado em provas invalidadas.
Após a divulgação da sentença no Peru, Heredia refugiou-se na Embaixada do Brasil em Lima e, posteriormente, viajou a Brasília em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), beneficiada por salvo-conduto concedido pelas autoridades peruanas.
A defesa também solicita que o STF notifique oficialmente o Ministério da Justiça brasileiro e o governo peruano sobre a suspensão de qualquer ato de cooperação judicial que envolva a ex-primeira-dama.
Com informações de Gazeta do Povo