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Ex-chefe da Agricultura da China recebe pena de morte suspensa por suborno de R$ 200 milhões

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O ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian (no cargo entre 2020 e 2024), foi condenado neste domingo (28) à pena de morte com suspensão de dois anos por “aceitar enormes subornos”, informou a agência estatal Xinhua.

A decisão foi proferida pelo Tribunal Popular Intermediário de Changchun, no nordeste do país. De acordo com o veredicto, entre 2007 e 2024 Tang usou diferentes postos na administração pública para favorecer empresas e indivíduos em negócios, licitações e contratações, recebendo em troca dinheiro e bens avaliados em cerca de R$ 200 milhões.

Além da sentença de morte suspensa — que pode ser comutada para prisão perpétua caso o réu não volte a delinquir durante os próximos dois anos —, todas as propriedades pessoais do ex-ministro serão confiscadas, e os valores obtidos ilegalmente serão revertidos ao erário nacional.

Ao justificar o veredicto, o tribunal afirmou que os crimes causaram “graves danos aos interesses do Estado e do povo” e que a pena máxima foi atenuada porque Tang colaborou com as investigações, confessou os delitos e devolveu os recursos ilícitos.

Tang declarou-se culpado e demonstrou remorso em sua última manifestação ao tribunal. Ele estava sob investigação disciplinar desde maio de 2024 e foi expulso do Partido Comunista da China em novembro do mesmo ano por “graves violações disciplinares” e suspeita de suborno; a prisão formal ocorreu poucas semanas depois.

A queda de Tang elevou a três o número de ministros afastados desde 2023. Antes dele, o então chanceler Qin Gang deixou o cargo em julho daquele ano após sete meses de mandato e um desaparecimento público de um mês. Em seguida, o ministro da Defesa, Li Shangfu, foi destituído e posteriormente expulso do partido sob acusação de corrupção.

Desde que chegou ao poder, em 2012, o líder chinês Xi Jinping conduz uma ampla campanha anticorrupção que já alcançou diversos quadros de alto escalão. Críticos, porém, alegam que a iniciativa também serve para neutralizar adversários políticos internos.

Com informações de Gazeta do Povo