A política externa dos Estados Unidos voltou a provocar choques diplomáticos em diferentes frentes nesta quinta-feira (19). Enquanto caças da Marinha norte-americana realizaram sobrevoos perto da costa da Venezuela, o Departamento de Estado autorizou um pacote de venda de armamentos no valor de US$ 11 bilhões para Taiwan, medida que provocou forte reação de Pequim.
Tensão com Caracas
Segundo autoridades militares, aeronaves de combate dos EUA voaram sobre águas internacionais adjacentes à Venezuela, num momento em que o governo de Nicolás Maduro mantém atritos com Washington. Analistas citados por agências internacionais avaliam que a Rússia, aliada de Maduro, não se envolveria numa eventual operação militar norte-americana na região.
Desgaste com Pequim
Na Ásia, a aprovação da venda de armas, radares e sistemas de defesa a Taiwan elevou o tom das críticas chinesas. Para o governo de Xi Jinping, o acordo fere o princípio de “Uma só China” e ameaça a estabilidade do estreito que separa a ilha do continente.
Outros focos externos
No Oriente Médio, Israel apura possível participação do Irã no assassinato de um professor do MIT cometido em território norte-americano. Em paralelo, a Casa Branca impôs sanções a juízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) em resposta a investigações contra autoridades israelenses.
Na Europa, um país integrante da União Europeia denunciou violação de suas fronteiras por forças russas, ampliando a preocupação com a segurança regional.
Agenda interna de Trump
Em âmbito doméstico, a administração Donald Trump apoiou a venda do aplicativo TikTok para um consórcio local, assinou decreto que reclassifica a maconha a fim de estimular pesquisas medicinais e viu a Câmara dos Representantes aprovar projeto que proíbe procedimentos de mudança de sexo em menores de idade.
Acordo Mercosul–UE emperra
O tratado comercial entre Mercosul e União Europeia teve sua votação adiada após forte resistência de França e Itália. Agricultores belgas protestaram contra o pacto, temendo prejuízos à produção local.
Cenário latino-americano
A Bolívia declarou estado de emergência econômica ao encerrar subsídios aos combustíveis mantidos há 21 anos. Na Colômbia, ex-ministros do governo Gustavo Petro foram presos por um esquema de corrupção milionário. Já na Venezuela, organização não governamental denunciou que 91 presos políticos enfrentam doenças graves.
Em contraponto às crises, a revista britânica The Economist escolheu a Argentina governada por Javier Milei como um dos “países do ano” de 2025.
As movimentações norte-americanas e os desdobramentos na América Latina e Europa evidenciam um tabuleiro internacional marcado por disputas comerciais, sanções e incertezas políticas.
Com informações de Gazeta do Povo