O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta segunda-feira (15) que Washington divulgará na próxima semana novas medidas contra o Brasil em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Rubio falou à jornalista Gillian Turner, da Fox News, durante visita a Jerusalém, onde se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Na entrevista, o chefe da diplomacia norte-americana criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) e mencionou diretamente o ministro Alexandre de Moraes.
“O Estado de Direito no Brasil está se desintegrando. Há juízes ativistas, um em particular, que não apenas perseguiu Bolsonaro, mas tentou agir contra cidadãos americanos e usuários que publicam a partir dos Estados Unidos”, declarou o secretário.
Rubio acrescentou que “haverá uma resposta dos EUA” e prometeu anúncios “na próxima semana ou logo depois” sobre “medidas adicionais” a serem adotadas. Para ele, o julgamento do ex-presidente é “mais um capítulo de uma campanha de opressão judicial” que também afetaria empresas e indivíduos norte-americanos.
A Primeira Turma do STF condenou Jair Bolsonaro, na semana passada, a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. No mesmo dia do veredicto, Rubio usou a rede social X para afirmar que Washington responderia “de forma adequada”.
Antes da decisão do STF, já vigorava, desde 6 de agosto, uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros. Cerca de 700 itens, entre eles suco de laranja e aeronaves civis, ficaram isentos. A Casa Branca citou o processo contra Bolsonaro como um dos fatores para a cobrança.
Em julho, o Departamento do Tesouro aplicou sanções ao ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite punições a pessoas acusadas de violar direitos humanos. Anteriormente, o Departamento de Estado havia revogado os vistos de Moraes, de outros ministros do STF e de seus familiares, impedindo a entrada deles nos Estados Unidos.
Rubio não detalhou quais novas sanções ou restrições poderão ser anunciadas.
Com informações de Gazeta do Povo