O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta terça-feira (25) que os Estados Unidos participarão da futura força internacional de manutenção da paz que será destacada para a Ucrânia assim que um cessar-fogo seja firmado. A declaração ocorreu após reunião por videoconferência da Coalizão de Voluntários para a Ucrânia, que reúne mais de 30 países.
Macron informou que, a partir desta quarta-feira (26), será criado um grupo de trabalho liderado por França e Reino Unido, com participação direta da Turquia e, pela primeira vez, dos Estados Unidos. Segundo o presidente francês, a presença desse contingente internacional será “essencial” para garantir a durabilidade de um eventual acordo de paz.
De acordo com Macron, a segurança da Ucrânia deverá se apoiar em duas camadas: um Exército nacional fortalecido e uma força multinacional de dissuasão, destinada a prevenir novas agressões russas. Ele ressaltou, porém, que ainda não há sinais claros de que Moscou esteja disposta a negociar um cessar-fogo. O plano de paz, conduzido pelos Estados Unidos em coordenação com Kiev, segue em discussão em Genebra.
O presidente francês também comentou o destino dos ativos russos congelados na Europa. Ele afirmou que os países europeus apresentarão nos próximos dias uma resposta coordenada sobre a utilização desses recursos para financiar a reconstrução e a defesa da Ucrânia, garantindo previsibilidade ao governo de Volodymyr Zelensky.
Mais cedo, em entrevista à rádio RTL, Macron classificou a Rússia como uma das principais ameaças estratégicas para a Europa e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O líder francês disse que Moscou conduz uma “guerra híbrida” no continente e alertou que a França deve se preparar para um cenário de alta intensidade entre 2027 e 2030, incluindo riscos de ataques híbridos.
Macron ressaltou que a força internacional — inicialmente composta por tropas francesas, britânicas e turcas — só será implantada após a assinatura do acordo de paz e atuará em pontos estratégicos, como Kiev e Odessa. O objetivo, afirmou, não é permanecer na linha de frente, mas oferecer treinamento, segurança e dissuasão após o fim das hostilidades.
Durante a videoconferência, a Coalizão de Voluntários avaliou o andamento das negociações para um acordo preliminar de paz. Fontes europeias indicam que o texto original foi amplamente revisado após consultas com Kiev e pressões de capitais europeias.
Com informações de Gazeta do Povo