O Ministério da Cultura do Peru anunciou nesta terça-feira (25) a identificação de uma estrutura arquitetônica mais antiga que o já conhecido Observatório Solar de Chankillo, construído por volta de 250 a.C., na região de Ancash, norte do país. A descoberta sugere que as práticas de observação celeste na Cordilheira dos Andes começaram antes do que se pensava.
A nova evidência foi localizada pela Unidade Executora 010, responsável pelas escavações no Complexo Arqueoastronômico Chankillo. De acordo com a pasta, a orientação da construção, a estratigrafia e os materiais empregados indicam finalidade astronômica, reforçando a hipótese de que seja o registro mais antigo de planejamento voltado aos movimentos do Sol nas Américas.
Embora ainda faltem análise de radiocarbono para confirmar a datação exata, os pesquisadores destacam que a estrutura antecede o observatório solar formado pelas Treze Torres, considerado até então o mais antigo do hemisfério. “A descoberta amplia significativamente a cronologia do desenvolvimento astronômico na região”, informou o ministério em nota.
Os arqueólogos também reportaram a existência de um corredor intencionalmente alinhado ao ciclo lunar, indicando que tanto o movimento do Sol quanto o da Lua eram monitorados no local. A combinação de observações solar e lunar reforça a sofisticação do conhecimento astronômico pré-incaico.
Entre os achados recentes, destaca-se um vaso cerimonial do estilo Patazca, com cerca de um metro de altura, decorado com figuras de guerreiros em posição de combate. O artefato, descoberto em área de acesso restrito, sugere a presença de elites que aliavam saber astronômico a liderança militar, confirmando a importância política e ritual do chamado Templo Fortificado.
Os trabalhos de escavação e restauração prosseguem no Observatório Solar e nas Treze Torres, com previsão de abertura ao público nos próximos anos. O Ministério da Cultura enfatizou que as novas evidências consolidam o vale de Casma como um dos mais relevantes centros astronômicos ancestrais do mundo.
Com informações de Gazeta do Povo