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Estátuas Moai “caminhavam” com cordas e gravidade, revela estudo

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Um experimento conduzido pelos arqueólogos Carl Lipo e Terry Hunt demonstrou que as famosas estátuas Moai, da Ilha de Páscoa, eram transportadas em pé, impulsionadas por cordas e pelo próprio equilíbrio, e não arrastadas sobre troncos de madeira como se supôs por décadas.

Teste prático confirmou a hipótese

A pesquisa, publicada no Journal of Archaeological Science e divulgada em 26 de dezembro de 2025, utilizou uma réplica de cinco toneladas baseada nas medidas originais dos Moai. Três cordas foram presas à escultura — uma em cada lateral e outra na parte traseira. Grupos alternados de voluntários puxavam as cordas laterais, enquanto outro controlava o equilíbrio por trás. O balanço fez a peça avançar “sozinha”, aproveitando a gravidade.

Em menos de uma hora, menos de 20 pessoas deslocaram a réplica por mais de 100 metros, sem o uso de rodas, roldanas ou toras. Segundo os pesquisadores, estátuas maiores — acima de oito metros e até 80 toneladas — exigiriam entre 45 e 60 participantes.

Marcas de uso confirmam transporte em pé

O estudo identificou desgastes na base dos Moai originais compatíveis com o atrito provocado pelo balanço controlado. Além disso, a inclinação para a frente e a base arredondada das estátuas indicam que foram planejadas para se movimentar nesse formato.

Tradição oral ganha respaldo científico

Relatos preservados pelo povo Rapa Nui descrevem os Moai “caminhando” até as plataformas cerimoniais. Os autores afirmam que o experimento dá suporte direto a essas narrativas e contesta teorias de que a civilização teria devastado florestas para rolar as estátuas em troncos.

“Com o peso e o formato certos, o Moai se move praticamente sozinho. É física, não força bruta”, disse Carl Lipo à Universidade de Binghamton.

Os resultados também sugerem que métodos semelhantes possam ter sido utilizados em outros monumentos megalíticos pelo mundo, como Stonehenge, no Reino Unido, e as cabeças olmecas, no México.

Com informações de Gazeta do Povo