Washington (23.ago.2025) — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, informou nas redes sociais, nesta sexta-feira (22), que o país conduz uma “grande investigação tarifária” sobre móveis importados e que pretende impor uma taxa específica ao setor após a conclusão do inquérito.
Trump destacou que o processo deve ser finalizado nos próximos 50 dias. O percentual da tarifa ainda não foi definido. Segundo o presidente, a medida “trará de volta” a produção de móveis para estados como Carolina do Norte, Carolina do Sul e Michigan, entre outros.
Investigação amparada na Lei de Expansão do Comércio
Autoridades ouvidas pela agência Reuters afirmam que a apuração é conduzida pelo Departamento de Comércio dentro da Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, que autoriza tarifas sobre produtos considerados essenciais à segurança nacional. O secretário de Comércio tem até 270 dias, contados desde 10 de março, para apresentar o relatório final. A decisão de Trump sobre eventuais tarifas pode ocorrer após esse prazo.
Emprego em queda e importações em alta
Dados do governo norte-americano mostram que o setor de móveis empregava 1,2 milhão de pessoas em 1979. Esse número recuou para 681 mil nos anos 2000 e, atualmente, está em 340 mil.
Em 2024, os Estados Unidos importaram cerca de US$ 25,5 bilhões em móveis, 7% a mais que em 2023. Aproximadamente 60% desse volume veio de Vietnã e China, segundo a publicação especializada Furniture Today.
Outros setores na mira
Além dos móveis, o Departamento de Comércio analisa possíveis sobretaxas sobre produtos farmacêuticos, semicondutores, aeronaves, minerais críticos e caminhões médios. O governo Trump já impôs tarifas a aço, alumínio, cobre e automóveis.
Imagem: Eric Lee via gazetadopovo.com.br
Impacto potencial para o Brasil
Embora o anúncio não mencione países específicos, o Brasil figura entre os exportadores de móveis e madeira para o mercado norte-americano. Em 2024, as vendas brasileiras ao setor somaram US$ 249,6 milhões. Cerca de US$ 123,4 milhões partiram do polo moveleiro de São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho, em Santa Catarina, onde 20 das 398 indústrias locais vendem ao exterior. Segundo o sindicato regional, quatro empresas colocaram cerca de 600 funcionários em férias coletivas em razão de incertezas ligadas a tarifas anteriores.
O governo norte-americano não divulgou a lista de países que poderão ser atingidos nem o percentual da tarifa a ser aplicado aos móveis importados.
Com informações de Gazeta do Povo
