A indicação do senador Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência em 2026, anunciada pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi destaque em veículos de comunicação de vários países nesta sexta-feira e sábado, 6 de dezembro de 2025.
Mercado financeiro sob pressão
O Financial Times relatou que a família Bolsonaro tenta “garantir uma dinastia política” no retorno ao poder e descreveu Flávio como “político populista”. O jornal britânico ressaltou a reação negativa dos investidores após o endosso do ex-mandatário.
A Reuters observou que a escolha contrariou “as expectativas dos mercados”, provocando queda do real e recuo de ações na B3. A agência apontou ainda que o anúncio pode afastar partidos de centro, já que o governador paulista Tarcísio de Freitas era visto como nome mais capaz de articular alianças.
Na mesma linha, a Bloomberg informou que os ativos brasileiros tiveram o pior desempenho desde 2021, com a moeda recuando cerca de 2,5%. Segundo a agência, o temor de uma eventual reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou o mau humor dos investidores, pois pesquisas indicam Flávio atrás de Lula nas intenções de voto.
Peso político de Bolsonaro
A Associated Press destacou que Jair Bolsonaro segue sendo figura central “no cenário polarizado do Brasil” e, mesmo sob risco de prisão, ainda tem influência para definir o representante da coalizão de direita em 2026.
Disputa familiar e sucessão
O espanhol El País qualificou Jair Bolsonaro de “ex-presidente golpista” e lembrou das “tensões internas” entre os filhos Flávio, Eduardo e Carlos e a esposa do ex-chefe do Executivo, Michelle Bolsonaro, que coordena o setor feminino do Partido Liberal (PL).
A rede Al Jazeera definiu Flávio como “herdeiro aparente” do PL, avaliando que a decisão prepara uma “revanche” contra o atual governo de esquerda.
O anúncio oficializado nesta sexta-feira (6) consolidou Flávio Bolsonaro como principal nome da direita para a eleição presidencial do próximo ano, intensificando o debate sobre alianças e os impactos no mercado financeiro.
Com informações de Gazeta do Povo
