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Equador inclui Cartel dos Sóis na lista de organizações terroristas

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O governo do Equador passou a considerar o Cartel dos Sóis como grupo terrorista a partir desta quinta-feira (15). A decisão foi anunciada pelo presidente Daniel Noboa, que atribuiu ao Centro Nacional de Inteligência (CNI) a tarefa de mapear a atuação e a influência da organização dentro das quadrilhas que operam no país.

Segundo autoridades dos Estados Unidos, o Cartel dos Sóis é comandado pelo líder venezuelano Nicolás Maduro. Em julho, o Departamento do Tesouro norte-americano já havia classificado a mesma estrutura como entidade terrorista e imposto sanções a seus integrantes. A medida equatoriana segue a linha dessa decisão.

No documento divulgado por Noboa, o CNI foi orientado a cooperar com serviços de inteligência estrangeiros para rastrear vínculos entre o cartel e redes criminosas locais. A iniciativa ocorre poucos dias depois de a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, relacionar Maduro ao narcotráfico e oferecer recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura do líder chavista.

Enfrentamento ao crime organizado

Desde que assumiu o cargo, Noboa adotou política de confronto direto contra facções transnacionais. Em janeiro, o presidente já havia rotulado o Trem de Aragua como organização terrorista, decisão tomada logo após posição semelhante de Washington. Dissidências das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), como os Comandos da Fronteira e a Frente Óliver Sinisterra, também receberam a mesma classificação.

Essas quadrilhas tornaram-se alvos prioritários no contexto de “conflito armado interno” declarado pelo governo em 2024. A medida busca conter o avanço da violência que, em 2025, colocou o Equador no topo das estatísticas de homicídios da América Latina, com média de pelo menos um assassinato por hora.

Equador inclui Cartel dos Sóis na lista de organizações terroristas - Imagem do artigo original

Imagem: John Lucas via gazetadopovo.com.br

Tensão com Caracas

As relações diplomáticas entre Equador e Venezuela estão suspensas desde abril, quando policiais invadiram a Embaixada do México em Quito para prender o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, beneficiado por asilo concedido pelo governo mexicano.

Em pronunciamentos recentes, o ministro do Interior e Justiça da Venezuela, Diosdado Cabello, negou a existência do Cartel dos Sóis, alegando tratar-se de “invenção” dos Estados Unidos. A vice-presidente venezuelana, Delcy Rodríguez, pediu que países da região se unam diante do que chamou de “ameaça” de intervenção militar norte-americana, após o ex-presidente Donald Trump defender o envio de tropas para combater cartéis de drogas.

Com informações de Gazeta do Povo