Brasília – A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicou nesta terça-feira (16) no X um trecho da entrevista do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, à rede Fox News, na qual ele sinaliza novas sanções contra o país após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Na semana passada, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sentenciou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado ligada às eleições de 2022.
No vídeo compartilhado, Rubio afirma que o “Estado de Direito [no Brasil] está se desintegrando” e critica o ministro do STF Alexandre de Moraes, a quem chama de “juiz ativista”. Segundo ele, Moraes “perseguiu Bolsonaro” e adotou ações que teriam alcance extraterritorial contra cidadãos e empresas dos Estados Unidos.
“Haverá uma resposta dos EUA”, disse Rubio. “Teremos alguns anúncios na próxima semana ou logo depois sobre medidas adicionais que pretendemos tomar.” Ele classificou o julgamento como “mais um capítulo de uma campanha de opressão judicial” que, de acordo com o secretário, mira inclusive companhias americanas.
Rubio já havia antecipado no X, logo após a decisão do STF, que Washington reagiria “de forma adequada”.
Tarifas e punições anteriores
Antes mesmo da condenação, entrou em vigor em 6 de agosto uma tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros imposta pelo governo Trump. A medida foi justificada, entre outros fatores, pelo processo contra Bolsonaro. Aproximadamente 700 itens, como suco e polpa de laranja e aeronaves civis, ficaram isentos.
No fim de julho, o Departamento do Tesouro dos EUA aplicou sanções econômicas a Moraes com base na Lei Magnitsky, que permite punições a acusados de violações de direitos humanos e corrupção. Pouco antes, o Departamento de Estado havia revogado os vistos do ministro, de aliados dele no STF e de familiares, impedindo-os de entrar em território norte-americano.
Rubio concluiu a entrevista afirmando que as próximas ações de Washington visam responder a supostos abusos judiciais que, segundo ele, também afetam pessoas “fora dos Estados Unidos”.
Com informações de Gazeta do Povo