Copenhague (Dinamarca) – A presença de drones de grande porte sobre as áreas de aproximação dos aeroportos de Copenhague e de Oslo paralisou as operações por várias horas entre a noite de segunda-feira (22) e a madrugada desta terça-feira (23), provocando cancelamentos e desvios de voos nos dois principais terminais aéreos da Dinamarca e da Noruega, ambos países membros da Otan.
No aeroporto de Kastrup, na capital dinamarquesa, as pistas ficaram fechadas das 20h30 de segunda às 0h30 de terça no horário local (15h30 às 19h30 em Brasília). O incidente resultou em aproximadamente 100 voos cancelados e 31 aeronaves desviadas para aeroportos alternativos.
Em Gardermoen, principal aeroporto de Oslo, o tráfego aéreo foi interrompido das 0h30 às 3h30 locais (19h30 às 22h30 em Brasília). A suspensão causou o cancelamento de cerca de uma dúzia de voos.
Investigação conjunta
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou o episódio como “um ataque grave” à infraestrutura nacional e afirmou que polícia, serviço de inteligência (PET), Forças Armadas e parceiros internacionais trabalham em conjunto para identificar os responsáveis.
A diretora da Polícia de Copenhague, Anne Tønnes, definiu a situação como “muito crítica”. Já o chefe de operações do PET, Flemming Drejer, afirmou tratar-se de um “incidente híbrido”, destacando que “não é necessário provocar uma explosão; basta interromper o tráfego aéreo e criar insegurança”.
Segundo a polícia dinamarquesa, vários drones de grande porte vieram de direções diferentes e sobrevoaram o aeroporto seguindo um padrão definido. Até o momento, não há indícios de que o objetivo fosse causar danos diretos.
Suspeitas e detenções
Questionado sobre eventual participação russa, o inspetor da polícia de Copenhague Jens Jespersen respondeu que ainda é cedo para apontar culpados. Frederiksen acrescentou que nenhuma hipótese está descartada, lembrando outros episódios recentes de violações de espaço aéreo e ataques cibernéticos na Europa.
Horas antes da interrupção em Oslo, dois estrangeiros foram detidos por operar drones no centro da cidade, mas as autoridades ainda não estabeleceram ligação entre essas prisões e o ocorrido em Gardermoen.
Kremlin nega envolvimento
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, rejeitou qualquer acusação de participação russa. “Acusações infundadas feitas periodicamente deixam de ser levadas a sério”, declarou em teleconferência com jornalistas.
Por enquanto, os serviços de inteligência da Dinamarca e da Noruega seguem coletando dados para determinar a origem e a motivação dos voos não autorizados.
Com informações de Gazeta do Povo
