O governo da Dinamarca, integrante da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), revelou nesta sexta-feira, 12 de setembro de 2025, a maior aquisição militar de sua história: 58 bilhões de coroas dinamarquesas, o equivalente a cerca de 7,7 bilhões de euros, para a compra de oito sistemas europeus de defesa aérea.
O anúncio ocorre dois dias depois de drones russos terem violado o espaço aéreo da Polônia e se aproximado da fronteira alemã, episódio considerado um ataque a uma base de apoio à Ucrânia.
Novos sistemas de longo e médio alcance
Entre os equipamentos encomendados estão:
- SAMP, de longo alcance e tecnologia franco-italiana;
- NASAMS, de médio alcance, desenvolvido na Noruega;
- IRIS, de fabricação alemã;
- MICA, de origem francesa.
Segundo o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, o pacote representa “um salto exponencial” na proteção do território dinamarquês. Será a primeira vez desde 2004 que o país volta a contar com defesa aérea baseada em solo.
Duplicação do orçamento previsto
O chefe do Estado-Maior, general Michael Hyldgaard, explicou que o valor investido dobra a estimativa inicial, justificando a ampliação como essencial para resguardar a população civil e a infraestrutura crítica diante do atual cenário de ameaças.
Pressão militar russa acelera reequipamento
A decisão acompanha o aumento das tensões no Leste Europeu. A primeira-ministra Mette Frederiksen vinha defendendo, há meses, maior rapidez nos projetos de modernização militar.
Imagem: IDA MARIE ODGAARD
Meta de gasto militar já acima do parâmetro da Otan
Relatório divulgado pela Otan em 28 de agosto indica que a Dinamarca destina 3,22% do Produto Interno Bruto à defesa, superando a meta de 2% fixada pela aliança. Em maio, Copenhague apresentou um plano de 143 bilhões de coroas (19,2 bilhões de euros) para a próxima década, que inclui 21,9 bilhões de coroas (2,94 bilhões de euros) em apoio militar direto à Ucrânia até 2028.
Serviço militar ampliado e inclusivo
Além dos investimentos, o país reformulou recentemente o serviço militar obrigatório, estendendo a duração de quatro para 11 meses e tornando o alistamento compulsório também para mulheres.
Com a aquisição, o governo dinamarquês espera reforçar significativamente sua capacidade de defesa diante do aumento da pressão russa sobre fronteiras aliadas.
Com informações de Gazeta do Povo