Um diário manuscrito atribuído a Khaled Abu Akram, identificado pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) como comandante de pelotão do Hamas, aponta que o grupo utilizou instalações civis em Gaza para fins militares. O caderno foi recolhido pelos soldados israelenses durante operações realizadas em agosto na cidade de Beit Hanoun, no nordeste da Faixa de Gaza.
De acordo com o Jerusalem Post, as anotações descrevem a transformação de escolas, hospitais e até uma clínica administrada pela Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) em pontos de emboscada, depósitos de armamentos e fontes clandestinas de recursos.
Em um dos trechos, Abu Akram registra que preparou “uma nova emboscada” dentro da escola Al-Naim depois que túneis próximos foram destruídos por bombardeios israelenses. No relato, ele menciona a participação de um combatente identificado como Abu Saleh na operação.
Segundo o portal JFeed, o diário também narra a tentativa de aproveitar um míssil israelense não detonado, escondido no interior da mesma escola, para montar outra armadilha contra tropas israelenses durante a madrugada.
As anotações vão além do uso de escolas. Ainda conforme o JFeed, o comandante descreve o desvio de eletricidade de um hospital — possivelmente o Al-Shifa — para abastecer suas equipes. Ele conta que ligou um cabo da unidade de saúde até uma residência usada pelo grupo para alimentar um poço, instalando depois um motor para aumentar a pressão da água.
O mesmo documento indica o furto de baterias e painéis solares de uma clínica da UNRWA. O material, segundo o texto, seria destinado a manter túneis e esconderijos subterrâneos operacionais.
A emissora ILTV News observa que as revelações reforçam alegações israelenses de que o Hamas se apoia em áreas protegidas por civis e desvia suprimentos humanitários para sustentar sua logística de combate.
Com informações de Gazeta do Povo