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Sob pressão dos EUA, Maduro lança pacote de 10 ações que incluem milícias, apelos à ONU e ofertas secretas

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O governo de Nicolás Maduro colocou em prática, nos últimos meses, dez iniciativas para tentar conter a ofensiva militar e diplomática dos Estados Unidos, conduzida pela administração do então presidente Donald Trump. As ações vão da mobilização de milhões de milicianos a pedidos formais de apoio militar à Rússia, China e Irã.

1. Mobilização de até 8,2 milhões de milicianos

Em agosto de 2025, Maduro anunciou em cadeia nacional a ativação de um plano de defesa que convocaria 4,5 milhões de milicianos. Depois, elevou o total para 8,2 milhões. A ONG Laboratorio de Paz relatou denúncias de alistamento forçado, com servidores públicos, jovens e idosos submetidos a ameaças de perda de benefícios e punições administrativas.

2. Apelos à ONU e à OPEP

No mesmo mês, o chanceler Yván Gil solicitou ao secretário-geral da ONU, António Guterres, intervenção para “restabelecer a sensatez” na região. Em setembro, o alto-comissário da ONU para direitos humanos, Volker Türk, condenou ataques dos EUA a embarcações suspeitas de narcotráfico, declaração celebrada por Caracas. A vice-presidente Delcy Rodríguez também enviou carta à OPEP acusando Washington de tentar tomar as reservas de petróleo venezuelanas.

3. Protestos contra exercícios dos EUA em Trinidad e Tobago

Em novembro, Maduro convocou população de seis estados para vigílias e marchas contra manobras norte-americanas no Caribe. Paralelamente, suspendeu acordo energético com Trinidad e Tobago e declarou a premiê Kamla Persad-Bissessar persona non grata.

4. Ofertas secretas de petróleo e ouro a Washington

Jornais norte-americanos noticiaram que o líder chavista propôs aos EUA participação majoritária em projetos de petróleo e ouro, além de rever contratos com Rússia, China e Irã, em troca do fim da pressão. A Casa Branca recusou.

5. Proposta de transição sem Maduro

Relatos da imprensa dos EUA indicam que altos dirigentes chavistas sugeriram, em abril e setembro, uma transição pacífica liderada pela vice Delcy Rodríguez, com eleições ao fim do mandato atual, desde que Maduro não fosse entregue à Justiça americana. O plano não prosperou.

6. Pedido direto a Trump por anistia total

Em novembro, a agência Reuters revelou ligação na qual Maduro pediu ao presidente Trump anistia para si e familiares, retirada de sanções e arquivamento de processo no Tribunal Penal Internacional. Trump deu ao venezuelano uma semana para deixar o país; o prazo expirou sem acordo.

7. Cooperação para capturar o Tren de Aragua

Em setembro, segundo a Bloomberg, Maduro ofereceu ajuda a Washington para prender líderes do grupo criminoso Tren de Aragua, classificado pelos EUA como organização terrorista.

8. Solicitação de apoio militar a Rússia, China e Irã

Cartas obtidas pelo Washington Post mostram pedidos venezuelanos de caças Sukhoi Su-30MK2, 14 conjuntos de mísseis, novos radares russos e financiamento. Também houve demanda por drones de longo alcance e bloqueadores de GPS ao Irã.

9. Criação de gabinete de crise

Neste mês de dezembro, Maduro formou gabinete especial com 12 aliados de confiança — entre eles Diosdado Cabello, Jorge Rodríguez, Cilia Flores e Delcy Rodríguez — para “fortalecer a revolução bolivariana” diante da pressão externa.

10. Busca de apoio regional

O Palácio de Miraflores recorreu a governos aliados da América Latina e a movimentos sociais. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi acionado no Brasil, e o regime cobrou apoio adicional dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Gustavo Petro (Colômbia) e Andrés Manuel López Obrador (México).

As dez medidas evidenciam a tentativa do chavismo de frear ações dos EUA combinando mobilização interna, diplomacia internacional, negociações diretas e alinhamento com aliados estratégicos.

Com informações de Gazeta do Povo