A comunidade científica viveu um ano movimentado em 2025, com achados que vão de relíquias egípcias a vestígios humanos na África Oriental. A seguir, as dez descobertas arqueológicas mais relevantes registradas entre janeiro e outubro.
1. Túmulo do faraó Tutmés II
Em fevereiro, escavações em Têbas, na margem oeste do Nilo, revelaram a tumba de Tutmés II, governante da 18.ª dinastia egípcia. A câmara mortuária foi considerada a maior descoberta no país desde a identificação dos restos de Tutancâmon, há mais de cem anos. A múmia, encontrada no século XIX, já integra o acervo do Museu Nacional da Civilização Egípcia, no Cairo.
2. Possível localização de Mahanaim
Pesquisadores que escavam o sítio Tall adh-Dhahab al-Gharbi, na Jordânia, anunciaram em janeiro indícios de Mahanaim, local bíblico onde, segundo o livro de 2 Samuel, o rei Davi se refugiou durante a revolta de Absalão. O nome hebraico significa “dois acampamentos” e estaria ligado a Penuel, povoado menor situado a poucos quilômetros.
3. Inscrições na Pirâmide de Quéops
Novas inscrições identificadas na Grande Pirâmide de Gizé confirmaram que a obra foi erguida por trabalhadores especializados, remunerados e alimentados, e não por escravos. Evidências de uma cidade operária planejada reforçam a conclusão.
4. Achados coloniais em Macapá
Durante obras do Parque Residência, na capital do Amapá, foi encontrada em fevereiro uma coleção de moedas de bolso e cachimbos holandeses datados de 1750, anterior às primeiras ocupações oficiais da região. Os objetos indicam comércio entre colonizadores europeus e povos locais.
5. Espada celta com suástica
Uma necrópole da Idade do Ferro, escavada em maio na França, rendeu a descoberta de uma espada de 2.300 anos adornada com suástica. O artefato, projetado para uso na cintura, foi classificado como o mais expressivo do sítio, que também continha pulseiras de cobre e um vaso funerário.
6. Linhagem humana enigmática na China
Restos de uma mulher de 7.100 anos, encontrados em junho no sítio de Xingyi (Yunnan), revelaram um perfil genético distinto. A chamada “linhagem Xingyi da Ásia Basal” teria se separado de outras populações há pelo menos 40 mil anos e pode esclarecer as origens do povo tibetano.
7. Cidade andina de Peñico
Arqueólogos descobriram em julho, no Peru, a cidade de Peñico, datada de 3.500 anos e ligada à reestruturação social após o declínio da civilização Caral. O local abriga 18 monumentos, entre eles praças com relevos, templos e complexos residenciais.
8. Família soterrada em Pompeia
Escavações realizadas em maio identificaram uma casa onde quatro pessoas, inclusive uma criança, tentaram se proteger da erupção do Vesúvio em 79 d.C. Móveis foram usados para bloquear portas, mas os corpos foram encontrados no interior da residência.
9. Urnas funerárias no Médio Solimões
Pescadores do Amazonas encontraram em junho dois grandes vasos de cerâmica e, com apoio de arqueólogos, outras cinco urnas menores. Fragmentos de ossos humanos, peixes e quelônios indicam rituais funerários complexos em áreas de várzea.
10. Fósseis de mão no Quênia
Em outubro, cientistas localizaram no Quênia os primeiros ossos de mão atribuídos com segurança ao Paranthropus boisei, parente humano extinto. A estrutura sugere destreza manual capaz de manusear ferramentas de pedra.
As descobertas ampliam o entendimento sobre antigas civilizações e linhagens humanas, reforçando o papel da arqueologia na reconstrução do passado.
Com informações de Gazeta do Povo