Havana, 19 nov. 2025 – O Ministério da Saúde Pública de Cuba reconheceu nesta quarta-feira (19) que o país vive surtos simultâneos de dengue, chikungunya e outras arboviroses. Segundo o diretor nacional de Epidemiologia, Francisco Durán, 47.125 pessoas estão internadas na ilha em razão dessas doenças.
Durán declarou na televisão estatal que o número oficial anterior, superior a 20 mil casos, estava defasado. Ele admitiu que a estatística ainda subestima a realidade, já que muitos infectados não procuram atendimento médico e nem todos os registros chegam ao sistema de saúde.
Na semana passada, o mesmo dirigente estimou que mais de 30% da população cubana — cerca de 3,6 milhões de habitantes — contraiu dengue e/ou chikungunya. A situação é agravada, de acordo com o Ministério da Saúde, por limitações de recursos e infraestrutura insuficiente para combater o avanço dos mosquitos transmissores.
Críticas de organizações
A ONG Fundação pelos Direitos Humanos de Cuba afirmou na rede X que a ilha enfrenta uma “emergência sanitária total”, citando precariedade e escassez crônica como fatores que ampliam os surtos.
No início de novembro, o Observatório Cubano de Conflitos (OCC) classificou a resposta do governo como um “genocídio silencioso”. A entidade apontou a circulação de nove vírus no território e contestou o número de três mortes oficialmente reconhecidas, alegando que o total de óbitos é “certamente muito superior”.
Em meio às críticas, autoridades reforçaram campanhas de combate ao Aedes aegypti e pediram à população que elimine focos de água parada, principal criadouro do mosquito.
Com informações de Gazeta do Povo