A Nasa acionou seu protocolo de defesa planetária depois que o cometa interestelar 3I/ATLAS (C/2025 N1) apresentou variações inesperadas de brilho e trajetória. O alerta foi divulgado em 21 de outubro, por meio do boletim técnico MPEC 2025-U142, emitido pelo Minor Planet Center, órgão ligado ao Observatório de Harvard que compila dados sobre objetos próximos à Terra.
Treinamento global de observação
Como parte da resposta, a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN) agendou uma campanha de observação entre 27 de novembro de 2025 e 27 de janeiro de 2026. O objetivo é aperfeiçoar técnicas de astrometria — a medição precisa da posição dos corpos celestes — por meio de um workshop voltado a astrônomos de diversos países.
Distância segura, mas comportamento incomum
Apesar do reforço no monitoramento, a agência espacial norte-americana informa que o 3I/ATLAS não representa risco de colisão com a Terra. A previsão mais recente indica que o objeto não se aproximará a menos de 1,8 unidade astronômica, equivalentes a cerca de 270 milhões de quilômetros do planeta. O ponto de maior proximidade com o Sol ocorrerá em 30 de outubro de 2025, a aproximadamente 1,4 UA (210 milhões de quilômetros), logo dentro da órbita de Marte.
Origem e características
Descoberto em 1º de julho pelo telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (ATLAS), instalado em Rio Hurtado, no Chile, o cometa chama atenção pelo alto teor de dióxido de carbono — cerca de oito vezes superior à quantidade de água detectada — e por um núcleo estimado entre 440 metros e 5,6 quilômetros de diâmetro. Esses parâmetros o colocam entre os maiores objetos interestelares já observados, com uma composição sem precedentes em sua categoria.
O comportamento atípico do 3I/ATLAS reforça a importância de protocolos internacionais de vigilância espacial e oferece à comunidade científica uma oportunidade de aprimorar métodos de detecção e análise de corpos vindos de fora do Sistema Solar.
Com informações de Gazeta do Povo