Em encontro reservado da cúpula do Mercosul, realizado neste sábado, 20 de dezembro de 2025, o presidente da Argentina, Javier Milei, rompeu o consenso do bloco ao defender que os países sul-americanos acompanhem a pressão dos Estados Unidos sobre a Venezuela. Segundo relatos de participantes, Milei alinhou sua posição à estratégia do então presidente norte-americano Donald Trump.
A proposta encontrou resistência imediata do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em sua intervenção, Lula advertiu para o “alto risco” de uma escalada militar na América do Sul, criticou a presença de forças estrangeiras na região e afirmou que o direito internacional enfrenta “um momento de teste”.
Divergência exposta
• Quem: Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva
• O que: posições opostas sobre eventual ofensiva dos EUA contra a Venezuela
• Quando: sábado, 20 de dezembro de 2025
• Onde: reunião a portas fechadas da cúpula do Mercosul
• Como: Milei sugeriu apoio à estratégia de Trump; Lula pediu contenção e diálogo
• Por quê: temor de crise humanitária e precedentes para intervenções externas
Lula alertou que uma ação armada contra o governo de Nicolás Maduro poderia gerar uma crise humanitária de grandes proporções e reviver tensões que marcaram o continente “desde a Guerra das Malvinas”.
Busca por mediação
No início de dezembro, o presidente brasileiro buscou atuar como interlocutor e manteve conversas telefônicas separadas com Trump e Maduro, propondo soluções diplomáticas para evitar conflito armado.
Antes das falas dos chefes de Estado, Lula recomendou que os discursos durassem no máximo dez minutos, ressaltando que não interromperia nenhum líder. Em tom descontraído, brincou que “só não pode faltar energia” durante o encontro, numa alusão ao apagão ocorrido dias antes em São Paulo.
Com Milei defendendo alinhamento ao governo norte-americano e Lula pregando cautela, a reunião evidenciou o racha interno do Mercosul diante da crise política venezuelana.
Com informações de Gazeta do Povo