Pequim, 18 nov. 2025 – As Forças Armadas chinesas iniciaram nesta terça-feira (18) exercícios militares com munição real no Mar Amarelo, intensificando a tensão com o Japão após declarações de Tóquio sobre Taiwan.
O Escritório Marítimo de Yancheng delimitou uma ampla área do litoral e proibiu a navegação civil durante os três dias de manobras. Segundo comunicado, a restrição busca “reduzir riscos e prevenir incidentes”, sem detalhar o tipo de armamento ou os objetivos táticos do treinamento.
Alerta de segurança para cidadãos
Diante do agravamento do quadro, o governo japonês emitiu na segunda-feira (17) um aviso para que seus nacionais residentes ou em visita à China evitem locais com grande concentração de pessoas. De acordo com um porta-voz, a orientação baseia-se em “avaliação minuciosa” da situação política, da segurança local e das condições sociais.
No sábado (15), Pequim já havia aconselhado seus cidadãos a adiarem viagens ao Japão “no futuro próximo”, gesto que precedeu a nova rodada de advertências mútuas.
Origem da crise
O atrito diplomático começou na semana passada, quando a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou no Parlamento que o Japão poderia intervir militarmente caso a China invadisse Taiwan. Pequim reagiu exigindo retratação imediata e ameaçando “graves consequências” econômicas e diplomáticas.
Nesta terça (18), a porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, declarou que as falas de Takaichi “provocaram indignação do povo chinês” e “danificaram de forma fundamental a base política” das relações bilaterais. Em reunião realizada pela manhã em Pequim, o diretor-geral de Assuntos da Ásia do Ministério das Relações Exteriores, Liu Jinsong, apresentou novos protestos ao emissário japonês Masaaki Kanai.
Mao Ning classificou as declarações da líder japonesa como “grave violação do direito internacional e dos princípios básicos das relações internacionais”, além de afirmar que elas “minam a ordem internacional do pós-guerra”.
As autoridades de ambos os países não sinalizaram, até o momento, qualquer recuo nas posições adotadas desde o início da disputa.
Com informações de Gazeta do Povo