A polícia cibernética chinesa prendeu um homem de 47 anos, identificado apenas pelo sobrenome Meng, sob a acusação de publicar comentários considerados difamatórios sobre o desfile militar que celebrou os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
De acordo com comunicado divulgado pelas autoridades de Xiangyang, na província de Hubei, Meng “insultou, zombou e espalhou rumores” em redes sociais enquanto outros usuários manifestavam patriotismo. A corporação alegou que as mensagens “feriram sentimentos patrióticos” e geraram “grave impacto social negativo”.
O detido foi enquadrado no crime de provocar confusão e causar distúrbios, tipificação amplamente aplicada pelo governo chinês contra críticos na internet. O documento oficial não detalha o teor das publicações nem informa por quanto tempo Meng poderá permanecer preso.
Evento de alta visibilidade
Realizado em Pequim, o desfile foi um dos principais atos políticos do calendário chinês. Sob a liderança de Xi Jinping, o Exército de Libertação Popular exibiu mísseis nucleares, drones de ataque e caças furtivos diante de 26 chefes de Estado e governo, entre eles Vladimir Putin, da Rússia, e Kim Jong-un, da Coreia do Norte.
Durante a cerimônia, Xi enfatizou o papel da China como potência militar crescente e reforçou laços com Moscou e Pyongyang.

Imagem: LUKAS COCH
Endurecimento legal
A prisão de Meng ocorre em meio ao fortalecimento de leis que punem críticas a militares, heróis e mártires. Desde 2018, a legislação chinesa tipifica a difamação desses grupos como crime. Em 2021, o blogueiro Qiu Ziming foi condenado por questionar o número de soldados mortos em confronto na fronteira com a Índia, enquanto, em 2024, o artista Gao Zhen foi detido após expor obras críticas a Mao Tsé-Tung.
Autoridades alertaram que qualquer tentativa de “distorcer ou profanar” a história da resistência japonesa, desacreditar militares ou ferir sentimentos patrióticos será punida severamente.
Com informações de Gazeta do Povo