Cerca de 300 pessoas foram presas em várias cidades francesas nesta quarta-feira (10), durante manifestações contra o presidente Emmanuel Macron, informou a agência Reuters. Os atos ocorrem em meio à crise política que se aprofundou após a renúncia do primeiro-ministro François Bayrou, substituído na segunda-feira pelo ex-ministro da Defesa Sébastian Lecornu.
Em Paris, policiais lançaram gás lacrimogêneo contra manifestantes que tentavam bloquear a entrada de uma escola. Já em Rennes, no oeste do país, ônibus foram incendiados, segundo o ministro do Interior, Bruno Retailleau, que também relatou confrontos entre grupos de manifestantes e forças de segurança em outros pontos do território.
Retailleau alertou para possíveis episódios de violência em protestos previstos para o fim do dia, atribuindo o risco à presença de “infiltrados de extrema-esquerda”. Muitos participantes dos atos exigem a renúncia de Macron.
Aos 39 anos, Sébastian Lecornu assumiu o cargo de primeiro-ministro comprometendo-se a promover “mudanças profundas” para enfrentar a instabilidade política e social. Ele anunciou reuniões, ainda nesta quarta-feira, com líderes partidários e, nos próximos dias, com representantes sindicais. “Teremos que mudar não apenas a forma e o método, mas realizar transformações profundas”, declarou.
Lecornu acrescentou que pretende dirigir-se à população francesa em breve. Considerado aliado próximo de Macron, ele foi descrito como discreto e leal após integrar todos os sete governos formados desde 2017, quando o presidente chegou ao Palácio do Eliseu.
Imagem: Isabella de Paula
As manifestações desta quarta-feira marcam mais um capítulo da turbulência política que se arrasta há vários anos no país, agora agravada pela troca no comando do governo.
Com informações de Gazeta do Povo