Quito (Equador) – 04/09/2025 – O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou nesta quinta-feira (4) que Washington poderá estudar a instalação de uma base militar no Equador caso receba um convite oficial do governo equatoriano. A declaração, feita durante entrevista coletiva em Quito ao lado da chanceler equatoriana Gabriela Sommerfeld, provocou forte reação do regime venezuelano.
“O Equador é um país soberano. Se formos convidados, analisaremos. Já tivemos uma base aqui, saímos durante o governo Rafael Correa. Se houver novo convite, avaliaremos se é estratégico e se contribui para o combate à mineração ilegal, ao narcoterrorismo e à pesca predatória”, disse Rubio.
Tramitação interna no Equador
Em junho, a Assembleia Nacional aprovou emenda constitucional que permite a presença de forças estrangeiras em território equatoriano. A Corte Constitucional validou o texto, e um referendo popular está previsto para dezembro. Durante a campanha à reeleição, o presidente Daniel Noboa prometeu negociar a criação de bases norte-americanas caso a mudança seja confirmada nas urnas. Noboa foi reconduzido ao cargo em abril e iniciou o segundo mandato em maio.
Resposta de Caracas
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil Pinto, usou o Telegram para criticar a possível parceria militar. Ele acusou os Estados Unidos de atribuírem “falsamente” ao chavismo vínculos com o narcotráfico e, sem apresentar provas, insinuou que Noboa estaria envolvido no comércio de drogas. Gil classificou as palavras de Rubio como “ofensa ao povo equatoriano e às suas Forças Armadas”.
Operação naval no Caribe
Na terça-feira (2), o presidente norte-americano Donald Trump anunciou que militares dos EUA interceptaram um barco com drogas no sul do Mar do Caribe, atribuído à quadrilha venezuelana Tren de Aragua. Onze tripulantes foram mortos. De acordo com Washington, a ação integra a mobilização de oito navios de guerra e um submarino nuclear enviada recentemente à região para impedir o trânsito de entorpecentes rumo ao território americano. Caracas sustenta que a operação serve de pretexto para uma eventual intervenção na Venezuela.

Imagem: José Jácome
Até o momento, o governo equatoriano não formalizou convite para nova base, e a realização do referendo permanece condição decisiva para qualquer avanço.
Com informações de Gazeta do Povo