Dois caças F/A-18 da Força Aérea dos Estados Unidos sobrevoaram o Golfo da Venezuela por mais de 30 minutos na terça-feira (9), aproximando-se do espaço aéreo venezuelano como nunca havia ocorrido desde o início de uma operação antidrogas conduzida por Washington no Caribe e no Pacífico, no fim de agosto.
Sites de rastreamento identificaram as aeronaves na área delimitada pelos estados venezuelanos de Zulia e Falcón e pelo departamento colombiano de La Guajira. Um oficial do Departamento de Defesa dos EUA informou à agência Associated Press que se tratou de um “voo de treinamento de rotina”, sem intenção provocativa, semelhante a exercícios anteriores destinados a demonstrar o alcance dos aviões norte-americanos.
Embora jatos e outras aeronaves militares dos EUA já tenham sobrevoado águas próximas ao território venezuelano nas últimas semanas, esta foi a primeira vez que foram detectados tão perto do país. Caracas reivindica soberania sobre todo o golfo, posição contestada por Washington e Bogotá.
Desde o fim de agosto, os Estados Unidos deslocaram navios de guerra — incluindo o maior porta-aviões do mundo — e caças para a região. A ofensiva resultou, até o momento, em 22 ataques contra 23 embarcações suspeitas de ligação com o narcotráfico, com ao menos 87 mortos.
O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou recentemente que a operação será ampliada e poderá incluir ações terrestres na Venezuela. Em entrevista ao site Politico, na segunda-feira (8), o republicano afirmou que “os dias de Nicolás Maduro estão contados”. Segundo a agência Reuters, em novembro o líder venezuelano recebeu de Trump um prazo de uma semana para deixar o poder; ignorado o ultimato, o presidente dos EUA declarou o espaço aéreo venezuelano “completamente fechado”.
Com informações de Gazeta do Povo