O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontraram neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro, além de tentar reverter a tarifa de 50% que Washington impôs sobre produtos brasileiros, acabou incluindo dois assuntos sensíveis: a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro e as sanções da Lei Magnitsky aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, que participou da reunião, Lula mencionou o processo contra Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado. O chefe de Estado brasileiro afirmou que “nenhum tema é proibido” e destacou que o caso tramitou dentro do devido processo legal.
Ainda segundo Rosa, o petista classificou como “injusta” a inclusão de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, decreto norte-americano que pune violações de direitos humanos. Lula argumentou que o ministro respeitou os ritos judiciais e não sofre perseguição política.
Reações diante da imprensa
Antes do início reservado da reunião, jornalistas questionaram Trump sobre Bolsonaro. O republicano respondeu que “sempre gostou” do ex-presidente brasileiro e se disse entristecido pela condenação. Ao ser indagado se o tema faria parte da conversa bilateral, limitou-se a dizer: “Não é da sua conta”.
Em julho, ao anunciar a tarifa de 50%, Trump enviou carta na qual criticou duramente o STF e classificou o julgamento de Bolsonaro como “caça às bruxas”. O documento também acusou o tribunal de censurar plataformas de mídia social norte-americanas.
Apesar do tom cordial observado na Malásia, não houve decisão sobre a retirada das tarifas, que seguirá em negociação entre os dois governos.
Com informações de Gazeta do Povo