Estocolmo, 18 de dezembro de 2025 – O jornalista australiano Julian Assange apresentou na quarta-feira (17) uma queixa-crime na Suécia contra 30 integrantes da Fundação Nobel, alegando irregularidades na concessão do Prêmio Nobel da Paz de 2025 à líder opositora venezuelana María Corina Machado.
Segundo comunicado divulgado pelo WikiLeaks, a denúncia foi protocolada na Autoridade Sueca de Crimes Econômicos e na Unidade Sueca de Crimes de Guerra. Entre os citados estão a presidente da fundação, Astrid Söderbergh Widding, e a diretora-executiva, Hanna Stjärne.
Acusações e valores
Assange sustenta que a escolha de Machado caracteriza “apropriação indébita” e “facilitação de crimes de guerra” à luz da legislação sueca. Ele pede o bloqueio de 11 milhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 1,18 milhão) referentes ao prêmio que ainda não foi transferido à vencedora.
Relação com possível escalada militar
Na queixa, o fundador do WikiLeaks afirma que, após a premiação, María Corina continuou a incitar o governo do então presidente norte-americano Donald Trump a manter uma escalada militar contra a Venezuela. O argumento cita a operação antidrogas dos Estados Unidos no mar do Caribe – que, segundo Washington, poderá avançar por terra “em breve”.
“Ao utilizar sua condição de laureada com o Nobel da Paz, Machado pode ter influenciado a balança a favor da guerra, com o apoio dos acusados”, diz o documento encaminhado às autoridades suecas.
Fundação ainda sem resposta
A Fundação Nobel, sediada em Estocolmo, ainda não se pronunciou sobre as acusações, assim como María Corina Machado. Embora o vencedor do Nobel da Paz seja escolhido por um comitê norueguês, o órgão responsável pela administração financeira do prêmio fica na Suécia.
Contexto de Assange
No ano passado, Assange firmou acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que lhe permitiu sair de uma penitenciária de segurança máxima no Reino Unido e retornar à Austrália, encerrando longa disputa judicial relacionada à divulgação de documentos secretos.
Até o momento, as autoridades suecas não informaram se abrirão investigação formal sobre a queixa apresentada.
Com informações de Gazeta do Povo