O advogado Martin De Luca, representante do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ironizou nesta terça-feira (9) uma publicação do Supremo Tribunal Federal (STF) na rede social X que anunciava os serviços da Ouvidoria da Corte.
No post, o STF afirmava: “Quando bater aquela dúvida, a vontade de dar uma sugestão ou até mesmo reclamar, denunciar ou elogiar, a Ouvidoria do Tribunal da Constituição está pronta para te atender”.
De Luca respondeu na mesma plataforma: “É inacreditável. No mesmo dia em que veio à tona que o escritório de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, tinha um contrato de US$ 23 milhões (R$ 129 milhões) com o Banco Master — agora sob investigação criminal —, a conta oficial do STF publica um anúncio otimista: ‘Para cada dúvida, sugestão ou reclamação, a Ouvidoria está pronta para te ajudar!’”.
“Perfeito. Porque alguns brasileiros podem ter algumas reclamações hoje. A Polícia Federal descobriu arquivos digitais mostrando que os pagamentos à esposa de Moraes foram tratados como prioridade máxima, mesmo com o banco em colapso, e a mensagem pública do STF do dia foi basicamente: ‘Olá! Conte-nos suas preocupações! Estamos ouvindo!’”, prosseguiu o advogado.
Em tom sarcástico, De Luca concluiu: “Se ironia fosse crime, só essa publicação pegaria 27 anos e três meses de prisão”, referência à pena que o STF impôs ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.
Sem resposta do Supremo
A reportagem solicitou posicionamento ao STF sobre os comentários de De Luca, mas não recebeu retorno até a última atualização desta matéria.
Contexto das sanções
Decisões do ministro Alexandre de Moraes envolvendo redes sociais norte-americanas e o processo contra Bolsonaro resultaram, neste ano, em sanções econômicas impostas pelo governo Trump ao próprio magistrado, ao Instituto Lex de Estudos Jurídicos e a Viviane Barci de Moraes, diretora da entidade. As medidas foram adotadas com base na Lei Magnitsky, que autoriza Washington a punir pessoas acusadas de corrupção ou violações de direitos humanos.
Antes das sanções, os vistos de Moraes, de outros ministros do STF e de familiares haviam sido cancelados pelos Estados Unidos.
Em paralelo, Rumble e Trump Media abriram processo contra Moraes na Justiça Federal da Flórida, alegando que decisões do ministro sobre a plataforma de vídeos violam a legislação norte-americana. A Trump Media integra a ação porque o Rumble fornece serviços de nuvem à Truth Social, principal produto de mídia da empresa do presidente norte-americano.
Com informações de Gazeta do Povo