Os Estados Unidos ampliaram sua presença militar na América Central ao posicionar pelo menos três aeronaves de guerra no Aeroporto Internacional Monseñor Óscar Arnulfo Romero, principal terminal de El Salvador, informou o jornal The New York Times em reportagem publicada na quinta-feira (6).
Imagens de satélite da Base de Segurança Cooperativa de Comalapa — pequeno posto militar norte-americano instalado no aeroporto, na região da capital San Salvador — revelaram a presença de um avião de ataque AC-130J Ghostrider, um avião de reconhecimento naval P-8A e um jato não identificado da Força Aérea dos EUA sem marcações.
Missões já executadas
De acordo com o NYT, o P-8A realizou seis missões partindo de El Salvador, enquanto o AC-130J e o jato da Força Aérea voaram pelo menos uma vez cada. As informações foram confirmadas por comunicações de controle de tráfego aéreo e registros de rastreamento de voo.
Capacidade de fogo
O AC-130J Ghostrider é projetado para destruir alvos em terra ou no mar com mísseis, canhões e metralhadoras de grande calibre. Já o P-8A, da Marinha, é empregado em missões de patrulha marítima, vigilância e guerra antissubmarino.
Contexto regional
A movimentação ocorre no momento em que Washington conduz uma ampla operação contra o narcotráfico no mar do Caribe e no oceano Pacífico. O governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, alega que essa iniciativa seria um pretexto para removê-lo do poder.
Além das aeronaves em El Salvador, os EUA despacharam navios de guerra, incluindo o maior porta-aviões do mundo e um submarino de propulsão nuclear, deslocaram caças F-35 para Porto Rico e reativam a base naval de Roosevelt Roads, fora de operação desde 2004 — indícios de uma presença prolongada na região.
Resultados da operação
Segundo dados oficiais, a ofensiva já contabiliza 17 ataques contra 18 embarcações suspeitas de ligação com o tráfico de drogas — dez no Caribe e oito no Pacífico —, resultando em pelo menos 69 mortes.
Limites de ação
Apesar das preocupações de Caracas, representantes do governo Trump informaram, em reunião reservada com parlamentares norte-americanos nesta semana, que a administração ainda não dispõe de base legal para realizar ataques dentro da Venezuela ou contra outros alvos terrestres ligados ao narcotráfico na América Latina e no Caribe neste momento.
Com informações de Gazeta do Povo