O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mantém 1.001.743 benefícios em análise por indícios de irregularidades, mas os pagamentos continuam sendo feitos e podem representar despesa de até R$ 15 bilhões por ano.
Os dados constam de levantamento publicado em 21 de julho de 2025 pelo jornal O Globo e confirmado pelo Ministério da Previdência Social (MPS). Do total de processos, 371.552 tramitam no Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) e 630.191 permanecem no próprio INSS.
Situação dos processos
De acordo com o MPS, o tempo médio para julgamento no CRPS é de 394 dias. A pasta afirma ter adotado medidas de qualificação de pessoal, informatização e gestão processual para reduzir esse prazo a 180 dias ainda neste ano.
Estimativa de benefícios indevidos
Análise do consultor Leonardo Rolim, ex-presidente do INSS no governo Jair Bolsonaro (PL), aponta que pouco mais da metade dos benefícios sob suspeita tende a ser cancelada após verificação. Com base em testes de 2020 e 2021, quando 662,3 mil processos foram revisados e resultaram em economia de R$ 9,48 bilhões, Rolim calcula que 578 mil benefícios atuais podem ser indevidos, gerando potencial economia de R$ 1,2 bilhão por mês.
Pente-fino perdeu ritmo
O volume de análises mensais despencou de 27,6 mil para 13,8 mil entre 2023 e 2024. Parte da redução é atribuída ao fim, em dezembro de 2024, do programa de bônus a servidores criado em 2020 para acelerar o pente-fino. O incentivo foi retomado em 2025 para tentar reduzir a fila.
Monitoramento de irregularidades
Os casos suspeitos chegam ao Monitoramento Operacional de Benefícios (MOB) por alertas do Tribunal de Contas da União, da Controladoria-Geral da União e do setor de inteligência da Previdência. Indícios incluem acúmulo de benefícios por um mesmo titular, perda de requisitos legais e denúncias de fraude.
Filas no atendimento regular
Além das análises de suspeitas, o INSS registra lentidão na concessão de aposentadorias, pensões e auxílios. Em abril de 2025, a fila geral somava 2,7 milhões de pedidos aguardando resposta.
Com informações de Gazeta do Povo