A integridade das famílias cristãs tem sido diretamente atingida em nações onde há hostilidade religiosa, com foco específico nos homens, segundo relato da organização Portas Abertas. Pastores, maridos e pais passam a figurar entre os alvos prioritários de violência física, ameaças judiciais e ações que visam desestruturar lares inteiros.
Ataques fatais contra líderes religiosos
Pastores, tradicionalmente homens, estão entre os principais alvos. No início de maio, o nigeriano Philip Oigocho foi assassinado quando se dirigia de ônibus a um culto de oração noturno. Testemunhas contaram que um dos agressores perguntou em hausa “Ina Pastor Philip ne?” (“onde está o pastor Philip?”). Outros três homens também morreram no ataque, parte de um ciclo de violência que ameaça sistematicamente líderes cristãos na Nigéria.
Segundo a analista Rachel Morley, da Portas Abertas, a morte de um pastor desencadeia trauma e insegurança em sua família. Esposas e filhos podem acabar fugindo para campos de deslocados internos, onde enfrentam novos riscos, como exploração sexual. Para os fiéis, a mensagem é clara: “vocês e sua comunidade não estão seguros”.
Abalo no papel de provedor e protetor
Quando o homem não consegue proteger a família, as consequências emocionais podem incluir depressão, vícios e abandono de responsabilidades. Em 2023, na Índia, uma multidão meitei atacou várias mulheres cristãs. Mercy (nome fictício) presenciou o pai e o irmão serem espancados até a morte enquanto tentavam defendê-la. O marido de outra vítima relatou sentir tristeza e raiva por não ter conseguido intervir: “Isso parte meu coração”, declarou.
Perseguição pelos tribunais
Nem todos os ataques contra homens cristãos envolvem violência física. Na China, processos judiciais considerados arbitrários servem para intimidar. A família de Li Jie, no norte do país, enfrenta despejo, ameaças legais e detenção secreta há quatro anos, com acusações de liderar quadrilhas criminosas, incitar à subversão do poder do Estado e prática de negócios fraudulentos.

Essas ações afetam o sustento familiar: o réu tende a perder emprego ou parcerias comerciais, enquanto custos legais empurram o núcleo familiar para a pobreza. Crianças sofrem estigma por terem o pai rotulado de criminoso, e mães enfrentam prolongada vulnerabilidade psicológica.
Especialistas da Portas Abertas alertam que esse conjunto de estratégias — violência direta, discriminação social e perseguição jurídica — procura enfraquecer os vínculos que transmitem a fé cristã entre gerações.
Com informações de Folha Gospel