Brasília – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quarta-feira, 30 de julho de 2025, que estuda viajar a Washington ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para tratar da tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A ida de uma comitiva de alto escalão não deve ocorrer antes de sexta-feira, 1.º de agosto, data marcada para o início da cobrança.
Segundo Haddad, o governo brasileiro mantém reuniões diárias para buscar uma saída diplomática. Até o momento, o principal canal de diálogo tem sido o secretário de Comércio norte-americano, Howard Lutnick, que sinalizou possibilidade de isentar itens agrícolas como café, manga e cacau.
Contatos com o Tesouro dos EUA
O ministro relatou tentativas de falar com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que se encontra na Europa. “Quando ele regressar, teremos condição de conversar”, disse. Haddad reconheceu que é pouco provável fechar um acordo antes de a tarifa entrar em vigor, prevendo negociações estendidas após sexta-feira.
Plano de contingência
O titular da Fazenda explicou que o governo pretende aguardar a efetivação da medida para avaliar possíveis ações de apoio às empresas brasileiras afetadas. “As conversas estão evoluindo independentemente da decisão do dia 1.º”, declarou, acrescentando que a tensão é “artificial” e deve se dissipar.
Preparação para eventual diálogo entre Lula e Trump
Haddad elogiou o trabalho de Alckmin na coordenação das tratativas com Washington, tanto públicas quanto reservadas. Paralelamente, equipes lideradas por Alckmin, pelo chanceler Mauro Vieira e por parlamentares em Washington cuidam dos protocolos para um eventual encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.
Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom via gazetadopovo.com.br
Apesar disso, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR), descartam a conversa entre os chefes de Estado antes de sexta-feira. Ambos temem que o diálogo evolua para hostilidades, como já ocorreu com lideranças da Ucrânia e da África do Sul.
Com informações de Gazeta do Povo
