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Grupos cristãos acionam Justiça contra governo Trump por operações de imigração em igrejas

Uma coalizão formada por denominações cristãs entrou, na segunda-feira (data não informada), com nova ação federal em Massachusetts para barrar a política do ex-presidente Donald Trump que autoriza agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) a realizar operações em propriedades religiosas.

O processo lista como réus o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) e a secretária da pasta, Kristi Noem. Os autores alegam que a presença de agentes federais em igrejas provocou queda significativa de frequência e doações, forçando congregações a reduzir atividades e a realizar batismos de forma privada.

Quem processa e quem representa

Entre os demandantes estão órgãos regionais da Igreja Evangélica Luterana na América, Igrejas Batistas Americanas dos EUA, Aliança de Batistas, ramos da Sociedade Religiosa de Amigos (quakers) e Igrejas Comunitárias Metropolitanas. A coalizão é representada pelos escritórios Democracy Forward, Comitê de Advogados de Washington para Direitos Civis e Assuntos Urbanos e Gilbert LLP.

Skye Perryman, presidente da Democracy Forward, declarou que a medida “viola décadas de normas” e prometeu lutar até que a política seja revertida. “Comunidades religiosas não devem escolher entre compromissos espirituais e a segurança de seus fiéis”, afirmou.

Revogação de diretriz de 2011

Em janeiro, o DHS cancelou uma norma de 2011, adotada no governo Obama, que proibia ações de imigração em “áreas sensíveis”, como templos e escolas. À época, o departamento justificou que “criminosos não poderão mais se esconder em escolas e igrejas americanas para evitar prisão”.

A mudança motivou críticas de líderes religiosos e uma série de processos. Em abril, igrejas e organizações sem fins lucrativos já haviam recorrido à Justiça no Oregon. No mesmo mês, porém, a juíza Dabney Friedrich, do Distrito de Columbia, rejeitou ação semelhante ao concluir que não há evidência de perseguição dirigida a locais de culto.

Casos relatados

Apesar da decisão, incidentes continuaram a ser denunciados. Em junho, agentes do ICE, mascarados, entraram na Igreja Memorial Downey, em Downey (Califórnia), para prender um homem que circulava pelo terreno, segundo artigo da pastora Tanya Lopez publicado no USA Today. Líderes da denominação Disciples of Christ criticaram a ação.

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Imagem: folhagospel.com

Relatos semelhantes envolvem a Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, também em Downey. As dioceses católicas de San Bernardino e Nashville chegaram a dispensar fiéis temerosos de comparecer à missa; em Nashville, a presença dominical teria caído 50% após operação que prendeu quase 200 pessoas em maio.

Em comunicado, os bispos de Nashville, Memphis e Knoxville apoiaram a deportação de criminosos, mas questionaram a detenção de imigrantes sem antecedentes. Já o bispo de San Bernardino, Alberto Rojas, denunciou agentes que teriam perseguido e detido pessoas em estacionamento paroquial.

Perfil religioso dos imigrantes

Pesquisa divulgada em abril apontou que a maioria dos imigrantes vulneráveis à deportação nos Estados Unidos se declara cristã.

O novo processo em Massachusetts amplia a pressão sobre o governo Trump para restabelecer proteções a templos e outras áreas consideradas sensíveis pelas organizações religiosas.

Com informações de Folha Gospel