O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, afirmou que a tarifa de 50% imposta a produtos brasileiros não foge ao padrão de ações semelhantes já adotadas por Washington e que o ex-presidente Donald Trump preferiu um “passo menor” a excluir o Brasil do sistema financeiro internacional.
Greer deu a declaração em entrevista ao programa Face the Nation, da emissora CBS, gravada na sexta-feira, 1.º de agosto, e exibida neste domingo, 3 de agosto de 2025.
Questionado pela apresentadora Margaret Brennan sobre o caráter político da medida — citando a alegação de Trump de que o ex-presidente Jair Bolsonaro sofre “caça às bruxas” no Supremo Tribunal Federal —, o representante explicou que a tarifa foi dividida em duas partes.
“Primeiro, há uma taxa de 10% por termos superávit comercial com o Brasil. É uma tarifa recíproca”, disse. “Depois, veio a tarifa adicional de 40%, adotada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), usada sempre que identificamos questões geopolíticas.”
Greer comparou tarifas a sanções, ressaltando que o segundo instrumento seria mais severo. “Quando se aplica sanção, corta-se o país do sistema financeiro e impede-se o comércio. A tarifa permite a continuidade das trocas, apenas acrescentando um custo. Portanto, é uma medida menor.”

Imagem: Magnus Lejhall via gazetadopovo.com.br
Ele acrescentou que governos democratas e republicanos utilizam a IEEPA para responder a diferentes desafios externos. “Às vezes atingimos todo um país; em outras ocasiões, apenas indivíduos ou autoridades. Não fizemos nada fora do comum. O presidente poderia ter ido além, mas limitou-se à tarifa em vez de afastar o Brasil completamente do sistema financeiro internacional.”
As tarifas somadas resultam em 50% sobre produtos de origem brasileira, medida que entrou em vigor após a assinatura da ordem executiva de Trump.
Com informações de Gazeta do Povo