Brasília — O governo federal firmou contratos para utilizar dois navios de cruzeiro como hotéis flutuantes durante a 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025 em Belém (PA). O acordo prevê uma “garantia pública” de até R$ 259 milhões, quantia que será desembolsada apenas se parte dos leitos não for ocupada.
6 mil leitos extras
As embarcações MSC Seaview, da MSC Cruzeiros, e Costa Diadema, da Costa Cruzeiros, somam aproximadamente 3,9 mil cabines, oferecendo cerca de 6 mil leitos adicionais à capital paraense. Belém conta atualmente com uma rede de 20 mil leitos, enquanto a organização do evento projeta a chegada de 50 mil participantes.
Custos e diárias
O valor total do contrato pode chegar a R$ 263 milhões, incluindo operação completa de hospitalidade. O governo assumirá a diferença financeira caso a ocupação dos navios fique abaixo do previsto. Para os hóspedes, as diárias variam:
- Até US$ 220 (cerca de R$ 1,2 mil) para delegações de países em desenvolvimento, que têm 500 acomodações reservadas;
- Até US$ 600 (aproximadamente R$ 3,3 mil) para demais participantes.
Financiamento e logística
A Organização das Nações Unidas (ONU) ou os próprios países poderão cobrir parte dos custos dos quartos destinados às nações menos desenvolvidas. Os navios ficarão atracados no Terminal Portuário de Outeiro, cuja revitalização recebeu recursos da Itaipu Binacional.
Pressão internacional por hospedagem
Antes da definição dos cruzeiros, um grupo de 25 países — entre eles Canadá, Suécia e Holanda — enviou documento ao governo brasileiro e à ONU pedindo medidas para conter preços considerados abusivos na capital paraense, chegando a sugerir a transferência parcial das reuniões para outra cidade. Há registros de hotéis cobrando diárias de até US$ 700 (R$ 3,8 mil).

Imagem: Raphael Luz via gazetadopovo.com.br
Apesar das críticas, a administração federal descarta mudar a sede do encontro e ainda aposta em alternativas como parcerias com o Airbnb, conversão de escolas em hostels e possível uso de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.
Com informações de Gazeta do Povo