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Gilmar Mendes diz que atuação de Alexandre de Moraes evitou “pântano institucional” no Brasil

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O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o colega Alexandre de Moraes conta com “apoio integral” da Corte e que, sem a atuação dele, o país teria mergulhado em um “grande pântano institucional”. A declaração foi feita à coluna Radar, da revista Veja, na sexta-feira, 25 de julho de 2025.

Moraes é relator de inquéritos de grande repercussão no Supremo, incluindo:

  • apuração sobre os atos de 8 de janeiro de 2023;
  • investigação das chamadas fake news;
  • processo sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é réu.

Manifestação anterior de apoio

O respaldo de Gilmar Mendes não é novidade. Em dezembro de 2024, durante sessão do STF, ele disse que Moraes “enche de orgulho a nação brasileira” por sua “ponderação e assertividade” na defesa da democracia.

Vistos revogados e sanções

No dia 18 de julho, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de Moraes, de outros ministros do STF e de seus familiares, após o magistrado impor medidas cautelares a Bolsonaro. A lista divulgada pelo governo norte-americano não foi tornada pública, mas, segundo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também atingiu o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e os ministros Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Edson Fachin e o próprio Gilmar Mendes.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, entre os afetados. Permaneceram com visto válido apenas os ministros Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux — este último divergiu das restrições impostas a Bolsonaro.

Críticas e pedidos de impeachment

As decisões de Moraes são alvo de forte contestação da oposição, que fala em censura e em violação de prerrogativas do Congresso. No Senado, há pelo menos 29 pedidos de impeachment contra o ministro.

O colega de Corte Luiz Fux declarou que as medidas impostas a Bolsonaro configuram “impedimento prévio” ao uso de meios de comunicação, o que, segundo ele, fere a cláusula pétrea da liberdade de expressão.

Gilmar Mendes diz que atuação de Alexandre de Moraes evitou “pântano institucional” no Brasil - Imagem do artigo original

Imagem: Rosinei Coutinho via gazetadopovo.com.br

Tarifa norte-americana

Além das sanções individuais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 9 de julho um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, citando tanto o processo contra Bolsonaro quanto decisões de Moraes contra plataformas digitais americanas. O aumento entra em vigor em 1º de agosto.

No dia 24, o subsecretário de Diplomacia Pública do governo norte-americano, Darren Beattie, chamou Moraes de “coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro” e disse que Washington “está tomando providências”.

Negociações e reações políticas

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) condicionou o fim das tarifas a uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, proposta que beneficiaria seu pai. Já o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que as sanções seriam revogadas “no mesmo dia” caso o ex-presidente pudesse concorrer em 2026 — possibilidade afastada pelo TSE, que declarou Bolsonaro inelegível até 2030. Flávio atribuiu a tarifa ao governo Lula e afirmou que Moraes deveria ser internado compulsoriamente para tratamento psiquiátrico.

Com informações de Gazeta do Povo