O escritor e cientista político Flávio Gordon publicou artigo na Revista Oeste em que compara a conduta do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes à do juiz nazista Roland Freisler, responsável pelo Volksgerichtshof (Tribunal do Povo) na Alemanha de Adolf Hitler.
No texto, Gordon faz referência à série de reportagens “Vaza Toga 2”, assinada pelo jornalista Cristyan Costa, que descreve a existência de um suposto “tribunal paralelo” criado por Moraes para, segundo o autor, “promover terrorismo de Estado” contra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Acusações de perseguição política
De acordo com Gordon, o objetivo do ministro seria “aniquilar” o movimento político-cultural alinhado a Bolsonaro. Ele sustenta que o tratamento dado a investigados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 teria servido como “pedagogia do medo”, citando casos relatados por Costa, como:
- um ambulante preso por declarações feitas cinco anos antes;
- uma idosa detida por engano de identidade.
Ambos permaneceram atrás das grades até apresentação de laudos médicos e atuação de advogados, informa o autor.
Paralelo com Freisler
Gordon lembra que Freisler usava toga vermelha, gritava com réus e humilhava-os publicamente, características que teriam transformado o Volksgerichtshof em símbolo de punição pré-definida. Na visão do escritor, Moraes “trocou o vermelho pelo negro”, mas adotaria método semelhante, expresso em despachos redigidos em caixa alta e repletos de exclamações.

O ministro — fotografado numa sessão do STF em 28 de maio de 2025 — seria, segundo Gordon, a versão contemporânea do “carrasco togado”, empenhado em silenciar vozes dissonantes “antes mesmo que se elevem”.
Gordon conclui que a força-tarefa comandada por Moraes, sob o argumento de combater a desinformação, converteu o Direito em “arma de guerra política”.
Com informações de Revista Oeste