Home / Internacional / Ex-repúblicas soviéticas aceleram retirada de símbolos comunistas

Ex-repúblicas soviéticas aceleram retirada de símbolos comunistas

rss featured 14246 1753489145

Antigas repúblicas da União Soviética vêm ampliando, desde a invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022, a remoção de monumentos e referências ao regime comunista. O movimento, que contrasta com a recente exaltação do passado soviético dentro da própria Rússia, teve seu episódio mais recente em junho de 2025, quando o Quirguistão desmontou a maior estátua de Vladimir Lênin da Ásia Central.

Quirguistão retira estátua de 23 metros

Em Osh, segunda maior cidade do país, autoridades locais removeram sem alarde uma escultura de Lênin com 23 m de altura, erguida há meio século. A medida soma-se a iniciativas semelhantes em outros Estados pós-soviéticos que buscam marcar distância da influência de Moscou.

Rússia reforça culto a Stalin e Lênin

No sentido oposto, o governo russo tem promovido homenagens ao período soviético. Em maio de 2025, foi inaugurado em uma estação de metrô de Moscou um monumento que mostra Josef Stálin saudado por trabalhadores diante da imagem de Lênin. No mesmo mês, o Partido Comunista da Rússia instalou um busto de Stálin em Melitopol, cidade ucraniana ocupada pelas forças russas desde março de 2022. Antes disso, em 29 de abril, o presidente Vladimir Putin assinou decreto que deu ao Aeroporto Internacional de Volgogrado o nome de Stalingrado, denominação usada entre 1925 e 1961.

Lituânia cria lei contra símbolos totalitários

O Parlamento lituano aprovou em dezembro de 2022 — com entrada em vigor em maio de 2023 — uma lei que proíbe a exibição de pessoas, símbolos ou informações que glorifiquem regimes totalitários ou autoritários. Desde então, monumentos ligados ao passado soviético vêm sendo derrubados em todo o país báltico.

Latvia remove obelisco em Riga

Na Letônia, a derrubada de um obelisco de 80 m em Riga, em agosto de 2022, tornou-se um dos casos mais emblemáticos da onda de rejeição. A estrutura comemorava a libertação da capital da ocupação nazista pelo Exército Vermelho e exibia estrelas vermelhas de cinco pontas. “Fechando mais uma página dolorosa da história”, escreveu na época o então chanceler Edgars Rinkevics, hoje presidente letão.

Ex-repúblicas soviéticas aceleram retirada de símbolos comunistas - Imagem do artigo original

Imagem: SERGEY DOLZHENKO via gazetadopovo.com.br

Ucrânia acelera descomunização

A Ucrânia, invadida pela Rússia, lidera o processo. Embora uma lei de abril de 2015 já proibisse símbolos soviéticos, muitos ainda permaneciam. Em agosto de 2023, o emblema da União Soviética foi retirado do escudo do Monumento à Pátria, em Kiev, e substituído pelo Tridente Ucraniano. Em Odessa, no sul do país, foi iniciado em 2024 um plano para trocar os nomes de 85 vias que homenageavam figuras russas. O governador regional, Oleh Kiper, defendeu que a cidade “rompa com narrativas imperiais” e rejeitou ruas que celebrem personalidades agraciadas pelo presidente Vladimir Putin ou que enalteçam a antiga URSS.

As iniciativas revelam a tentativa dessas nações de curar feridas históricas e reforçar a própria identidade, afastando-se de símbolos que remetem à dominação soviética.

Com informações de Gazeta do Povo