Home / Internacional / Ex-ministra Jeannette Jara vence primária e assume candidatura da esquerda à Presidência do Chile

Ex-ministra Jeannette Jara vence primária e assume candidatura da esquerda à Presidência do Chile

rss featured 14336 1753576990

Santiago – A advogada Jeannette Jara, 50 anos, ex-ministra do Trabalho e Previdência Social do governo Gabriel Boric, tornou-se a principal aposta da esquerda chilena para o Palácio de La Moneda ao vencer, em 29 de junho, a primária unificada das legendas progressistas.

Jara superou nomes considerados mais moderados, como a ex-ministra do Interior Carolina Tohá e o deputado Gonzalo Winter. A vitória a credencia para disputar a eleição presidencial marcada para novembro.

Trajetória política

Filha do movimento estudantil, Jara iniciou a militância na Universidade de Santiago, onde cursou Direito e integrou as Juventudes Comunistas. Na mesma época, presidiu a Federação de Estudantes (Feusach), ingressou no Serviço de Impostos Internos (SII) e atuou como líder sindical.

Em 1999, formalizou filiação ao Partido Comunista do Chile (PCCh) e, rapidamente, chegou ao Comitê Central. A primeira experiência em cargo público veio anos depois: entre 2016 e 2018, foi subsecretária de Previdência Social durante o segundo mandato de Michelle Bachelet.

Após tentativa frustrada de se eleger prefeita de Conchalí em 2021, assumiu o Ministério do Trabalho no início do governo Boric. Ficou no cargo até abril deste ano, quando renunciou para concorrer à Presidência.

Posicionamento e discurso

Embora ligada ao PCCh, a candidata procura distância de algumas bandeiras históricas do partido, principalmente na política externa, evitando apoiar abertamente os regimes de Cuba e da Venezuela.

Ex-ministra Jeannette Jara vence primária e assume candidatura da esquerda à Presidência do Chile - Imagem do artigo original

Imagem: Isabella de Paula via gazetadopovo.com.br

Em seu primeiro pronunciamento após a primária, Jara conclamou a esquerda a “não soltar as mãos” para “conter a extrema-direita” nas urnas. “Estamos diante de um cenário de crescimento do populismo de extrema-direita”, afirmou.

Disputa eleitoral

Pesquisas de opinião indicam vantagem da direita a quatro meses do primeiro turno. A ex-ministra enfrentará três adversários: Evelyn Matthei, representante da coalizão Chile Vamos; José Antonio Kast, do Partido Republicano; e Johannes Kaiser, fundador do Partido Libertário Nacional, apelidado por apoiadores de “Milei do Chile”.

A eleição está marcada para novembro, e o resultado definirá se a esquerda manterá o comando do Executivo iniciado com Gabriel Boric em 2022.

Com informações de Gazeta do Povo