O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (31) a suspensão da concessão de vistos a membros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e da Autoridade Nacional Palestina (ANP). A medida, segundo o governo norte-americano, decorre do “descumprimento de compromissos diplomáticos” e do “apoio contínuo ao terrorismo” por parte das duas entidades.
Em comunicado, a pasta comandada pelo secretário de Estado Marco Rubio afirmou que “é do interesse da segurança nacional dos EUA impor consequências e responsabilizar a OLP e a ANP” pelo que considera violações de acordos firmados anteriormente. O texto não especifica quantos nem quais funcionários serão afetados.
Washington alega que OLP e ANP não cumprem obrigações previstas em legislações de 1989 e 2002, que condicionam a relação norte-americana a avanços no processo de paz no Oriente Médio. Entre os pontos citados estão ações em organismos internacionais que, de acordo com o comunicado, “minam” compromissos assumidos no Conselho de Segurança da ONU.
Os Estados Unidos também acusam as duas organizações palestinas de levar o conflito com Israel a tribunais internacionais, como o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Corte Internacional de Justiça (CIJ), e de manter apoio financeiro a pessoas envolvidas em ataques contra israelenses. O comunicado menciona ainda “exaltação da violência, especialmente em livros didáticos”, como exemplo de incentivo ao terrorismo.
A decisão ocorre em meio ao aumento da pressão externa sobre Israel para melhorar as condições na Faixa de Gaza. Nos últimos dias, França, Reino Unido e Canadá anunciaram a intenção de reconhecer um Estado palestino na ONU, movimento criticado por Tel Aviv como “apoio ao Hamas”.

Imagem: YURI GRIPAS via gazetadopovo.com.br
Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a defender que a “forma mais rápida” de encerrar a crise em Gaza é a rendição do Hamas e a devolução dos reféns israelenses. O republicano também advertiu o governo canadense de que o reconhecimento do Estado palestino poderia dificultar um novo acordo comercial entre os dois países, às vésperas do fim, nesta sexta-feira (1º), da trégua tarifária concedida por Washington.
Com informações de Gazeta do Povo