Brasília – O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro declarou ao jornal britânico Financial Times que o governo dos Estados Unidos estuda intensificar a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) caso o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro não seja encerrado.
Segundo o parlamentar, Washington avalia novas sanções direcionadas a ministros que mantiverem o julgamento, que apura suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no cargo após a derrota nas eleições de 2022.
Possíveis medidas
Eduardo Bolsonaro mencionou a possibilidade de:
- extensão de penalidades contra autoridades brasileiras;
- revogação adicional de vistos de integrantes do STF e familiares;
- ajustes tarifários que afetem exportações brasileiras.
A Casa Branca e o Departamento de Estado não comentaram as declarações.
Contexto das sanções
Em 2025, os Estados Unidos elevaram tarifas de importação de produtos brasileiros para 50% e proibiram a entrada de oito ministros do STF no país. As restrições foram justificadas por Washington pela condução do processo contra Bolsonaro, alegada censura em redes sociais e divergências comerciais.
Os ministros também foram alvo das sanções Magnitsky, que congelam bens em solo americano e vedam atividades financeiras com cidadãos norte-americanos, sob acusação de violações de direitos humanos.
Reação interna
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou as pressões como “inaceitáveis”. O STF, por sua vez, manteve o calendário do julgamento. Apesar das penalidades, o relator Alexandre de Moraes determinou prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e vetou contato entre pai e filho.

Imagem: Reprodução via revistaoeste.com
Articulação internacional
Além dos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro busca apoio na Europa. Ele citou o deputado português André Ventura, líder do Chega, que defende barrar a entrada de Moraes em Portugal e bloquear seus ativos. No Parlamento Europeu, parlamentares de direita enviaram carta à chefe da diplomacia do bloco, Kaja Kallas, sugerindo sanções semelhantes.
Críticas e defesa
Adversários políticos acusam Eduardo Bolsonaro de colocar em risco exportações e empregos brasileiros ao estimular tarifas norte-americanas. O deputado rebate, afirmando que atua para “salvar a democracia”, inclusive garantindo o direito de opositores de criticá-lo.
As conversas em Washington continuam sem data definida para anúncio de eventuais novas medidas.
Com informações de Revista Oeste