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EUA formalizam interesse em minerais estratégicos do Brasil; veja outras ofensivas de Trump no setor

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O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, reuniu-se nesta semana com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) para oficializar o interesse do governo de Donald Trump em minerais estratégicos presentes no território brasileiro.

Entre os recursos listados estão nióbio, cobre, lítio, urânio e as terras raras — conjunto de 17 elementos químicos dos quais o Brasil detém a segunda maior reserva mundial, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME).

A nova investida norte-americana ocorre em meio às negociações sobre o tarifaço previsto para entrar em vigor em 1º de agosto. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que o tema “é uma pauta muito longa que pode ser explorada” pelo governo brasileiro.

Desde que reassumiu a Casa Branca em janeiro de 2025, Trump tem usado o acesso a minerais críticos como peça de barganha comercial e estratégia para reduzir a dependência global da China nesse mercado.

Outras incursões de Trump em busca de minerais

Groenlândia – Ainda antes da posse para o segundo mandato, Trump voltou a mencionar que o território dinamarquês era “essencial para a segurança dos Estados Unidos”. A ilha abriga depósitos pouco explorados de ouro, platina, ferro, cobre, níquel, cobalto, urânio e diversos elementos de terras raras, como neodímio, disprósio e praseodímio. A proposta irritou autoridades da Dinamarca.

Ucrânia – Em fevereiro, a Casa Branca sinalizou interesse em um acordo para explorar terras raras no país do Leste Europeu. Após impasses, o entendimento foi firmado em abril, criando o Fundo de Investimento para Reconstrução EUA-Ucrânia. O mecanismo dá aos Estados Unidos acesso a gás natural, petróleo, alumínio, cobre, grafite e minerais como lítio e titânio.

Exploração doméstica – Em março, Trump assinou uma ordem executiva que autoriza o governo a invocar poderes emergenciais para estimular a extração interna de minerais críticos, reduzindo a dependência de fornecedores estrangeiros.

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Imagem: Isabella de Paula via gazetadopovo.com.br

Choque com a China – No início da guerra comercial, em abril, Pequim suspendeu a venda de certos minerais e terras raras usados pelos setores automotivo, aeroespacial, de semicondutores e de defesa dos EUA. Em junho, Trump conversou por telefone com o presidente Xi Jinping e ambos fecharam um acordo temporário, com a China prometendo retirar parte das restrições.

Indonésia – Na semana passada, o presidente norte-americano anunciou que, a partir de agosto, entrará em vigor um pacto comercial que inclui acesso a “minerais críticos valiosos” do país asiático, além de compromissos indonésios de comprar aeronaves e energia produzidas nos Estados Unidos.

As diferentes frentes mostram a estratégia de Washington para garantir suprimento estável de insumos essenciais à indústria e à segurança nacional, ao mesmo tempo em que procura enfraquecer o domínio chinês sobre cadeias globais de minerais estratégicos.

Com informações de Gazeta do Povo