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EUA firmam acordos com Indonésia e Vietnã para conter avanço chinês na Ásia

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O governo dos Estados Unidos intensificou sua estratégia para limitar a presença econômica da China na Ásia ao concluir, em julho, dois grandes entendimentos comerciais com Indonésia e Vietnã. As iniciativas fazem parte da política anunciada pelo presidente Donald Trump em 2 de abril, no chamado “Dia da Libertação”, que prevê tarifas recíprocas a parceiros que mantêm laços estreitos com Pequim.

Indonésia aceita tarifa menor e promete compras bilionárias

Em 15 de julho, Trump comunicou um pacto com a Indonésia avaliado em aproximadamente US$ 40 bilhões. O acordo prevê a aquisição de energia norte-americana, produtos agrícolas e aeronaves da Boeing, além do fornecimento de minerais críticos ao mercado dos EUA. Em troca, Jacarta concordou em aplicar tarifa de 19% às exportações destinadas ao território norte-americano, redução em relação aos 32% impostos em abril.

Detalhes adicionais foram divulgados pelo próprio presidente na rede Truth Social. Segundo Trump, o país asiático “examinará importantes contratos de bilhões de dólares” que incluem a compra de 50 aviões — muitos do modelo 777 —, US$ 15 bilhões em energia e US$ 4,5 bilhões em bens agrícolas dos Estados Unidos.

A aproximação ocorre um ano após o líder chinês, Xi Jinping, visitar o então presidente indonésio, Prabowo Subianto, ocasião em que foram acertados investimentos superiores a US$ 10 bilhões em mineração e recursos marítimos. Na época, a China também prometeu cooperação em áreas como redução da pobreza, envio de medicamentos e desenvolvimento da pesca.

Vietnamitas abrem mercado, mas enfrentam taxação extra

O segundo entendimento foi oficializado em 2 de julho. Trump anunciou “acesso total” de empresas americanas ao mercado do Vietnã, que, em contrapartida, aceitará tarifa de 20% sobre suas vendas diretas aos Estados Unidos.

O acordo estabelece ainda uma sobretaxa de 40% para produtos vietnamitas enviados por meio de terceiros países. A medida visa coibir a prática de reetiquetagem de mercadorias chinesas, recurso utilizado por Pequim para driblar barreiras norte-americanas. Caso o artifício seja constatado, o governo de Hanói poderá arcar com perdas consideráveis.

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Imagem: Isabella de Paula via gazetadopovo.com.br

Pressão ampliada sobre a cadeia global

Com os novos tratados, Washington retoma a agenda do primeiro mandato de Trump, que buscava reduzir a dependência de fornecedores chineses. A estratégia agora mira o entorno de Pequim: ao negociar bilateralmente com parceiros regionais, os Estados Unidos pretendem retirar produtos chineses das cadeias globais de suprimentos e enfraquecer a influência econômica do país comandado por Xi.

Os acordos com Indonésia e Vietnã sinalizam que, além de medidas diretas contra produtos vindos da China, a Casa Branca recorrerá a pressões tarifárias e incentivos comerciais para redesenhar o fluxo de bens na Ásia.

Com informações de Gazeta do Povo