NOVA YORK – O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (28) que não participará da conferência da Organização das Nações Unidas convocada para debater o reconhecimento de um Estado palestino. Segundo o Departamento de Estado, a iniciativa, apoiada por França e Arábia Saudita, “estimula” o Hamas e compromete esforços diplomáticos em curso.
A porta-voz da chancelaria norte-americana, Tammy Bruce, classificou o encontro como “um golpe publicitário” que, em vez de aproximar as partes, prolonga o conflito. Ela afirmou que a reunião “recompensa a obstrução do Hamas” e prejudica tentativas de alcançar um cessar-fogo duradouro.
Bruce lembrou declaração feita na semana passada pelo secretário de Estado, Marco Rubio. Para o chefe da diplomacia, a proposta representa “um tapa na cara” das vítimas dos ataques de 7 de outubro e serve de incentivo ao terrorismo. Rubio sustentou que Washington continuará envolvido em negociações “concretas” para pôr fim aos combates e libertar reféns.
No mesmo comunicado, o Departamento de Estado ressaltou que o foco norte-americano segue em tratativas diretas com países da região, não em “conferências encenadas para criar falsa relevância”.
O governo Donald Trump também voltou a criticar o presidente francês, Emmanuel Macron, um dos articuladores do encontro na ONU. Washington argumenta que a promessa de Paris de reconhecer oficialmente um Estado palestino seria apresentada como “vitória” pelo Hamas sem oferecer solução real para a crise em Gaza.

Imagem: Isabella de Paula via gazetadopovo.com.br
Estados Unidos e Israel optaram por não enviar representantes ao evento desta segunda-feira, que reuniu dezenas de ministros na sede das Nações Unidas. A conferência é resultado de articulação conjunta entre França e Arábia Saudita.
Na sexta-feira (25), Trump minimizou a importância do anúncio de Macron. Em conversa com jornalistas, o presidente dos EUA declarou que o posicionamento francês “não muda nada”, elogiou o líder europeu pessoalmente, mas disse não se sentir convencido pela iniciativa.
Com informações de Gazeta do Povo